quinta-feira, 7 de abril de 2016

O que é auto teatral?

Um auto é um gênero dramático, geralmente com elementos cômicos e moralizadores: comédia dramática. O Auto da Compadecida, peça teatral de Ariano Suassuna, é uma das obras deste gênero mais conhecidas no Brasil. Tanto que acabou se tornando minissérie e filme. Esta peça projetou o autor nordestino pelo Brasil, e foi até considerado o texto mais popular do moderno teatro brasileiro.
A obra teve seu lançamento no ano de 1955, mas só veio a ser encenada pela primeira vez em 1956, em Recife, Pernambuco. Trata-se de uma história vivida no Nordeste Brasileiro, contendo fortes elementos da tradição e da cultura, além da forte influência da literatura de cordel. Possui também um enredo todo voltado para a religiosidade católica, e traz influência do barroco católico brasileiro: mistura tradição religiosa com cultura popular.
Quanto à linguagem, é fortemente influenciada pelo vocabulário e linguagem oral da região nordestina, utiliza muitos regionalismos e se ajusta à linguagem dos personagens segundo sua classe social.
A peça é escrita em pantomima , teatro de rua, e por isso possui um personagem que é apresentador, ou seja, ele entra na trama para conversar com o público.
Os protagonistas da história são João Grilo, um homem pobre, porém muito inteligente, que se aproveita das situações sempre a seu favor e Chicó, seu melhor amigo, que se caracteriza por ser covarde e mentiroso.
Além destes, há diversos outros personagens, como:
O padeiro, patrão de Chicó, e sua mulher adúltera que se diz santa. Ambos são muito avarentos.
Padre João, o pároco, que é racista e avarento, o Bispo, também muito avarento, e o Frade, um homem honesto e de bom coração.
O Sacristão da paróquia, que é desconfiado e conservador.
Severino, o cangaceiro, e sua tropa; e Antonio Morais, o major, que amedronta a todos com seu poder.
Personagens celestiais: A Compadecida (Nossa Senhora) e Emanuel (Jesus Cristo).
Encourado, que é a encarnação do Diabo, e Satanás, o servo fiel do Encourado.
Quanto ao enredo, a história é repleta de peripécias, como o enterro do cachorro, o instrumento capaz de ressuscitar mortos e o gato que “descome” dinheiro.
A história é uma sátira aos poderosos, critica a hipocrisia presente na sociedade através do tipos como o Padre, o Major, o Padeiro, etc. Critica também o materialismo e a discriminação com os pobres.
Apresenta os valores religiosos e morais, e termina com o julgamento das personagens perante o acusador (Satanás), a Compadecida (defensora dos mesmos) e Emanuel (o próprio filho de Deus).


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Monólogo dramático