No Brasil se
destacam duas tendências pedagógicas do ensino da Arte a a idealista liberal:
propõe uma educação que garanta uma sociedade igual e democrática; e a realista
progressista: surgiu nos anos 60 e propõe que escola pública seja responsável
pela a conscientização do povo.
Arte na escola tradicional seguia os modelos educativos
americanos, belgas e ingleses, se copiava e transcrevia literal mente as
propostas de desenho de Walter Smith, sem qualquer relação com o contexto. Dedicava-se
a preparar os alunos para o trabalho fabril, na concepção neoclássica: ênfase
na linha, no contorno, no traçado e na configuração. Até o século XX. Entre
1930 e 1970, o currículo de artes no Brasil era: desenho natural, desenho
decorativo, desenho geométrico, desenho pedagógico nas escolas normais
Nos anos 50 foram incorporados o canto
orfeônico, nos anos 30, trabalhos manuais diferenciando gêneros, e o teatro
para via de apresentações comemorativas.
A metodologia utilizada na escola tradicional enfatizava o ensino dos
conteúdos como verdades absolutas
Aspectos metodológicos da escola tradicional aprendizagem
e receptiva mecânica, através da memorização e repetição, conteúdos
descontextualizados, O educador como centro do processo de ensino, impondo
disciplina, silêncio e atenção. E avaliação através da reprodução dos conteúdos
expostos.
A Arte na escola nova chegou ao Brasil nos anos 30, tendo sua origem na Europa e
nos EUA, defendia que a livre expressão da arte, a auto-expressão espontânea,
livre influência de cânones, padrões e modelos de arte. Os principais
defensores desse modelo de ensino foram: Dewey, Read e Lowelfeld.
A escola
nova enfatiza como aspectos metodológicos os aspectos psicológicos, deixando os
sociais; os conteúdos baseavam-se nas experiências vividas, o desenvolvimento
do “aprender a aprender”. Pesquisar e solucionar problemas, a aprendizagem
voltada para o aluno e baseada na descoberta, o professor como orientador, num
ambiente democrático, respeitando os interesses e necessidades dos alunos.
A arte na escola tecnicista, surgiu nos EUA e chegou ao Brasil nos anos 60 e 70, com o objetivo de preparar os
alunos para o mercado do trabalho. Sua proposta era baseada no behaviorismo, no
uso do reforço, do condicionamento, do estimulo/resposta. A LDB 5692/71, coloca
a educação artística nos currículos do ensino fundamental e médio, onde se
trabalhava o desenho, musica, trabalhos manuais, cantos corais e artes.
Na década de
80 surgiram movimentos dos professores de arte: AESP (1982) e FAEB (1987).
A escola
tecnicista tinha como aspecto metodológico a ligação da educação com o
capitalismo, por isso, visava preparar os alunos para o trabalho, enfatizando a
neutralidade cientifica, os trabalhos manuais, tecnologia educacional, módulos
e auto-instrução - dirigida. O ensino deveria ser eficaz, o educador tinha um
papel técnico, neutro e imparcial.
A Arte na escola libertadora apareceu como uma proposta ativa, baseada na
interdisciplinaridade e nos temas geradores, tendo conteúdo da arte popular,
com conteúdo político. Buscava a conscientização do povo, por uma escola
democrática e de qualidade, e para todos. Paulo Freire propôs nesta perspectiva
uma alfabetização de adultos.
Os aspectos
metodológicos da escola libertadora tinham como prática não–formal e critica,
questionando a relação homem/natureza/consciência/transformação. O professor
era um animador, tendo uma postura dialógica enfatizando os saberes populares.
Trabalhava-se com temas geradores, e aprendizagem era baseada na
problematização e tomada de consciência da realidade.
A Arte na Escola libertária, baseava-se na
autogestão nas instituições, numa pratica não-diretiva e na autonomia de
educadores e educandos. Os conteúdos eram compostos das necessidades e
interesses dos grupos, o educador era um conselheiro, monitor, o importante era
o crescimento em grupo.
A Arte na Escola crítico-social dos conteúdos, surgiu
na década de 70, enfatiza a experiência do educando com os conteúdos, na
sua participação social e exercício consciente da cidadania. O educador tem
papel importante, a conscientização política ocorre na pratica social ampla do
cidadão.
Os aspectos metodológicos da escola
crítico-social dos conteúdos buscam uma unidade entre teoria e pratica,
para um educando consciente e crítico, os conteúdos são baseados na cultura
universal a as realidades sociais, o educador é um mediador da experiência do
aluno e o saber, objetivando a saída do conhecimento do senso comum para um
saber sistematizado, vinculado a prática social concreta.
Arte na escola construtivista, tem como marco a LDB 9394/96,
em que a arte é componente curricular obrigatório, definido nos PCNs de Arte,
em quatro linguagens: artes visuais, dança, música e teatro. Podendo ser
trabalhados em três eixos: fazer artístico do aluno, a apreciação do aluno e a
reflexão sobre a arte como objeto sociocultural e histórico. Juntamente com os
temas transversais.
Os aspectos metodológicos da escola construtivista
propõem uma aprendizagem feita pela resolução de problemas, tendo o
aluno decisões a tomar, colocando o seu conhecimento dos conteúdos envolvidos.
A construção, o relativismo e a interação são fatos da aprendizagem. Os conteúdos
devem ter utilidade social, partindo-se do conhecimento prévio do aluno, para
novas aprendizagens. A escola trabalha em conjunto com órgãos, comunidade e
família para uma pratica educativa inclusiva e participativa de ressignificação
da escola. O professor observa e avalia o seu aluno em todos os aspectos do
processo de aprendizagem, buscando sempre metodologias diferencias quando os
alunos apresentam dificuldades.
Os 4 pilares
de Jacques Delors, definidos pela UNESCO ,a Comissão Internacional sobre
Educação para o Século XXI de 96, (saber saberes, saber fazeres, saber ser e
saber ser no convívio com o outro, se fazem presentes na pratica pedagógica e
buscam a recuperação dos valores humanos fundamentais.
FONTE
PESQUISADA
SCHRAMM,
Marilene de Lima Körting. As tendências pedagógicas e o ensino-aprendizagem da
arte. In: PILLOTTO, Silvia Sell Duarte; SCHRAMM, Marilene de Lima Körting
(Org.). Reflexões sobre o ensino das
artes. Joinville: Ed. Univille, 2001. v. 1, p. 20-35.
parabéns conteúdo muito bom
ResponderExcluirmuito obrigada pelo conteúdo! parabéns pelo seu trabalho e exemplo de vida!
ResponderExcluir