terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

CONTRA – RACIONALIDADE.

A contra-racionalidade é anti a racionalidade dominante, isto é, de produção deliberada de situações não razoáveis. As contra racionalidades se localizam, de um ponto de vista social, entre os pobres, os migrantes, os excluídos, as minorias, do ponto de vista econômico; entre as atividades marginais tradicionais ou recentemente marginalizadas, de um ponto de vista geográfico; nas áreas menos modernas e mais opacas, tornadas irracionais para uso hegemônico. Todas estas situações são definidas pela incapacidade de subordinação completas as racionalidades dominantes, já que, não dispõem dos meios para ter acesso a modernidade contemporânea.

RACIONALIDADE DOMINANTE

A racionalidade dominante é uma verdade tida como absoluta, faz parte da razão burguesa, permanece dentro da sua classe dos seus valores, impregnando com eles a cultura através da descoberta de uma face trágica, presente entre os indivíduos de uma sociedade. O principio de unidade é dado pelo mercado e pelo território, responsáveis pela unificação dos diversos segmentos, característicos da vida humana. A racionalidade dominante tem como objetivo tudo conquistar, do ponto de vista de sujeitos não beneficiados. É uma racionalidade formal, uma pura relação técnica entre meios e fins.

O QUE É COTIDIANO?

Cotidiano são os âmbitos e as dinâmicas das relações sociais que constituem a vida humana, cada atividade, intenção, relação ou troca realizada entre as pessoas e o meio ambiente. As atividades diárias, as de relações interpessoais, as de mudanças e participação sociais, manifestações políticas, são exemplos de cotidiano. A vida do homem é composta por duas esferas gerais: a vida cotidiana e a atividade humano-genérica, nenhum indivíduo é capaz de viver em apenas uma delas. A cotidianidade é constituída por diferentes atividades individuais; físicas, intelectuais, sociais, etc., que se intercalam hierarquicamente. O campo humano-genérico é estruturado por ações que ampliam esse campo individual e compreendem as relações sociais, envolvendo aspectos morais mais complexos. O conhecimento cotidiano é aquele gerado a partir da observação de fatores naturais para depois tornar- se, ou não, cientifico. Não tem por base a experimentação, mas em fatos vivenciados por alguém que pode possuir a pretensão de tornar aquele conhecimento científico.

O QUE É SOBREVIVÊNCIA?

Todas as sociedades humanas se desenvolveram e sobreviveram ao longo do tempo devido às formas adequadas de organização especifica, criaram leis e conceitos morais e sociais. Na atualidade a sobrevivência está diretamente relacionada com a economia e na obediência de leis formais, estabelecidas previamente. A sobrevivência de cada pessoa está em constante luta, não apenas para sobreviver, mas, para uma qualidade de existência.

RESUMO


Zeneide P. Cordeiro, arte-educadora.


DIDÁTICA UMA RETROSPECTIVA HISTÓRICA (VEIGA, Ilma Passos Alencastro, SP. Papirus, 2004).


O estudo sobre a retrospectiva histórica da didática abrange duas partes: a primeira sobre o papel da didática antes de sua inclusão nos cursos de formação de professores a nível superior (1549-1930). A segunda reconstrói a trajetória da didática a partir da década de 30 até a atualidade.
Durante quase todo o período colonial os jesuítas foram os educadores do Brasil. Índios e negros foram catequisados e os descendentes dos colonizadores foram instruídos. A educação se preocupava com o ensino humanista da cultura geral e enciclopédico; era alicerçada na Summa Theológica de São Tomás de Aquino. A ação pedagógica privilegiava o exercício da memória e o desenvolvimento do raciocínio; dedicava atenção ao preparo dos padres-mestres, dando ênfase a formação do caráter e a formação psicológica para conhecimento de si e do aluno. Este modelo de educação durou até a expulsão dos jesuítas por Pombal, em 1759. Pombal tentou secularizar a educação, com o objetivo que ela fosse assumida pelo estado, o que provocou um retrocesso. O ensino religioso foi suprimido nas escolas públicas e o estado passou a assumir a laicidade. Sob a influência do positivismo, é aprovada a reforma de ensino proposta por Benjamim Constant. A escola busca disseminar uma visão burguesa de mundo e sociedade, a fim de garantir a consolidação da burguesia industrial como classe dominante. Desta forma a didática na pedagogia tradicional leiga, está centrada no intelecto, na essência, atribuindo um caráter dogmático aos conteúdos. O período de 1930 a 1945 é marcado pelo equilíbrio entre as influências das concepções humanistas tradicionais e humanistas modernas. O Escolanovismo defende os princípios democráticos. A criança é vista como ser dotados de poderes individuais, sua liberdade, iniciativa e interesse, devem ser respeitados. De 1945 a 1960 esta fase corresponde à aceleração e diversificação do processo de substituição de importações e a penetração do capital estrangeiro. Dois caminhos delineavam para o desenvolvimento: o de tendência populista e o de tendência antipopulista. Nesta fase o ensino da didática também se inspirava no liberalismo e no pragmatismo. Voltava-se para as variações do processo de ensino sem considerar o contexto político-social. O período pós-1964, foi marcado por dois momentos: o que se implantou o regime militar e se traçou a política de recuperação econômica; constatou-se uma aceleração do ritmo do crescimento da demanda social de educação, o que culminou com a crise do sistema educacional. Os conteúdos do curso de didática centram-se na organização racional do processo de ensino. O processo é que define o que os professores e alunos devem fazer e como farão. A didática tecnicista é concebida como estratégia para o alcance dos produtos previstos para o processo ensino-aprendizagem. A partir dos anos 90 até os dias atuais período marcado pelas ideias neoliberais, dominado pelo pensamento técnico cientifico.
Na atualidade se discute os enfoques do papel da didática de duas perspectivas: voltada para a formação do tecnólogo do ensino; o segundo enfoque procura favorecer e aprofundar a perspectiva crítica, voltada para a formação do professor como agente social.

Monólogo dramático