terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

RESUMO


Zeneide P. Cordeiro, arte-educadora.


DIDÁTICA UMA RETROSPECTIVA HISTÓRICA (VEIGA, Ilma Passos Alencastro, SP. Papirus, 2004).


O estudo sobre a retrospectiva histórica da didática abrange duas partes: a primeira sobre o papel da didática antes de sua inclusão nos cursos de formação de professores a nível superior (1549-1930). A segunda reconstrói a trajetória da didática a partir da década de 30 até a atualidade.
Durante quase todo o período colonial os jesuítas foram os educadores do Brasil. Índios e negros foram catequisados e os descendentes dos colonizadores foram instruídos. A educação se preocupava com o ensino humanista da cultura geral e enciclopédico; era alicerçada na Summa Theológica de São Tomás de Aquino. A ação pedagógica privilegiava o exercício da memória e o desenvolvimento do raciocínio; dedicava atenção ao preparo dos padres-mestres, dando ênfase a formação do caráter e a formação psicológica para conhecimento de si e do aluno. Este modelo de educação durou até a expulsão dos jesuítas por Pombal, em 1759. Pombal tentou secularizar a educação, com o objetivo que ela fosse assumida pelo estado, o que provocou um retrocesso. O ensino religioso foi suprimido nas escolas públicas e o estado passou a assumir a laicidade. Sob a influência do positivismo, é aprovada a reforma de ensino proposta por Benjamim Constant. A escola busca disseminar uma visão burguesa de mundo e sociedade, a fim de garantir a consolidação da burguesia industrial como classe dominante. Desta forma a didática na pedagogia tradicional leiga, está centrada no intelecto, na essência, atribuindo um caráter dogmático aos conteúdos. O período de 1930 a 1945 é marcado pelo equilíbrio entre as influências das concepções humanistas tradicionais e humanistas modernas. O Escolanovismo defende os princípios democráticos. A criança é vista como ser dotados de poderes individuais, sua liberdade, iniciativa e interesse, devem ser respeitados. De 1945 a 1960 esta fase corresponde à aceleração e diversificação do processo de substituição de importações e a penetração do capital estrangeiro. Dois caminhos delineavam para o desenvolvimento: o de tendência populista e o de tendência antipopulista. Nesta fase o ensino da didática também se inspirava no liberalismo e no pragmatismo. Voltava-se para as variações do processo de ensino sem considerar o contexto político-social. O período pós-1964, foi marcado por dois momentos: o que se implantou o regime militar e se traçou a política de recuperação econômica; constatou-se uma aceleração do ritmo do crescimento da demanda social de educação, o que culminou com a crise do sistema educacional. Os conteúdos do curso de didática centram-se na organização racional do processo de ensino. O processo é que define o que os professores e alunos devem fazer e como farão. A didática tecnicista é concebida como estratégia para o alcance dos produtos previstos para o processo ensino-aprendizagem. A partir dos anos 90 até os dias atuais período marcado pelas ideias neoliberais, dominado pelo pensamento técnico cientifico.
Na atualidade se discute os enfoques do papel da didática de duas perspectivas: voltada para a formação do tecnólogo do ensino; o segundo enfoque procura favorecer e aprofundar a perspectiva crítica, voltada para a formação do professor como agente social.

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