terça-feira, 20 de agosto de 2019

SUPREMATISMO


Movimento russo de arte abstrata, o suprematismo surge por volta de 1913, mas sua sistematização teórica data de 1925, do manifesto Do Cubismo ao Futurismo ao Suprematismo: o Novo Realismo na Pintura, escrito por Kazimir Malevich (1878-1935) em colaboração com o poeta Vladimir Maiakóvski (1894-1930). O suprematismo está diretamente ligado ao seu criador, Malevich, e às pesquisas formais levadas a cabo pelas vanguardas russas do começo do século XX, o raionismo de Mikhail Larionov e Natalia Goncharova e o construtivismo de Vladimir Evgrafovic Tatlin. Nesse contexto, o suprematismo defende uma arte livre de finalidades práticas e comprometida com a pura visualidade plástica. Trata-se de romper com a idéia de imitação da natureza, com as formas ilusionistas, com a luz e cor naturalistas - experimentadas pelo impressionismo - e com qualquer referência ao mundo objetivo que o cubismo de certa forma ainda alimenta. Malevich ainda fala em "realismo", e o faz com base nas sugestões do místico e matemático russo P.D. Ouspensky, que defende haver por trás do mundo visível um outro mundo, espécie de quarta dimensão, além das três a que os sentidos humanos têm acesso. O suprematismo representaria essa realidade, esse "mundo não objetivo", referido a uma ordem superior de relação entre os fenômenos - espécie de "energia espiritual abstrata" -, que é invisível, mas nem por isso menos real.

Se a arte de Malevich tem pretensão espiritual, ela não se confunde com a defesa do espiritual na arte que faz Wassily Kandinsky (1866-1944), que o define como "expressão da vida interior do artista". Malevich, ao contrário, se detém na pesquisa metódica da estrutura da imagem, que coincide com a busca da "forma absoluta", da molécula pictórica. Como ele mesmo afirma no manifesto de 1915: "Eu me transformei no zero da forma e me puxei para fora do lodaçal sem valor da arte acadêmica. Eu destruí o círculo do horizonte e fugi do círculo dos objetos, do anel do horizonte que aprisionou o artista e as formas da natureza. O quadrado não é uma forma subconsciente. É a criação da razão intuitiva. O rosto da nova arte. O quadrado é o infante real, vivo. É o primeiro passo da criação pura em arte".

As obras suprematistas, vistas pela primeira vez na exposição coletiva A Última Exposição de Quadros Futuristas 0.10 (Zero. Dez), realizada em dezembro de 1915, em São Petesburgo, na Rússia, evidenciam a nova proposta pictórica: formas geométricas básicas - quadrado, retângulo, círculo, cruz e triângulo - associadas a uma pequena gama de cores. A austeridade das formas puras e a simplicidade quase hierática da geometria suprematista se apresentam integralmente em obras, hoje célebres, como Quadrado Preto Suprematista, 1914/1915, Suprematismo: Realismo Pictórico de um Jogador de Futebol, 1915, Quadrado Vermelho: Realismo Pictórico de uma Camponesa em Duas Dimensões, 1915, Quadrado Branco Sobre Fundo Branco, 1918. Desde 1910, a produção de Malevich encontra-se afinada com as vanguardas européias - com o cubismo das obras iniciais de Pablo Picasso (1881-1973), com as pinturas de Paul Cézanne (1839-1906), Fernand Léger (1881-1955), André Derain e também com o futurismo -, combinadas em sua obra com fontes folclóricas e populares russas, e com a experimentação artística russa que tem em Maiakóvski sua liderança maior. Da fase inicial pós-impressionista, sua pintura se dirige às formas tubulares de Léger, à fragmentação cubista e ao trato futurista da imagem, como O Amolador de Facas, 1912. Com o movimento suprematista, Malevich adere à abstração e ao compromisso com a pesquisa metódica da forma pura, evidenciada em séries como Branco sobre Branco. Após 1918, quando anuncia o fim do suprematismo por considerar o esgotamento do projeto, volta-se preferencialmente ao ensino, à escrita e à construção de modelos tridimensionais que têm grande influência sobre o construtivismo.

Mesmo que o rótulo suprematismo se confunda com o nome de seu mentor, sua influência sobre outros artistas russos é notável - por exemplo, a pintora Olga Vladimirovna Rozanova -, assim como sua penetração na Europa, marcando as artes visuais de modo geral a pintura, a arquitetura, o mobiliário, o design, a tipografia etc. No Brasil, parte da obra de Malevich está presente na 22ª Bienal Internacional de São Paulo, de 1994.

GOODING, Mel. Arte abstrata. Tradução Otacílio Nunes, Valter Pontes. São Paulo: Cosac & Naify, 2002. 96 p., 69 il. Color. (Movimentos da arte moderna).

ARTE ABSTRATA;


Em sentido amplo, abstracionismo refere-se às formas de arte não regidas pela figuração e pela imitação do mundo. Em acepção específica, o termo liga-se às vanguardas europeias das décadas de 1910 e 1920, que recusam a representação ilusionista da natureza. A decomposição da figura, a simplificação da forma, os novos usos da cor, o descarte da perspectiva e das técnicas de modelagem e a rejeição dos jogos convencionais de sombra e luz, aparecem como traços recorrentes das diferentes orientações abrigadas sob esse rótulo. Inúmeros movimentos e artistas aderem à abstração, que se torna, a partir da década de 1930, um dos eixos centrais da produção artística no século XX.

É possível notar duas vertentes a organizar a ampla gama de direções assumidas pela arte abstrata. A primeira, inclinada ao percurso da emoção, ao ritmo da cor e à expressão de impulsos individuais, encontra suas matrizes no expressionismo e no fauvismo. A segunda, mais afinada com os fundamentos racionalistas das composições cubistas, o rigor matemático e a depuração da forma, aparece descrita como abstração geométrica. As vanguardas russas exemplificam as duas vertentes: Wassily Kandinsk (1866-1944), representante da primeira, é considerado pioneiro na realização de pinturas não-figurativas com Primeira Aquarela Abstrata (1910) e a série Improvisações (1909/1914). Seu movimento em direção à abstração inspira-se na música e na defesa de uma orientação espiritual da arte, apoiada na teosofia. Em torno de Kandinsk e Franz Mac (1880-1916) organiza-se, na Alemanha, o Der Blaue Reiter [O Cavaleiro Azul], 1911, grupo do qual participam August Mack (1887-1914) e Paul Klee (1879-1940), e se aproximam as pesquisas abstratas de Robert Deslana (1885-1941) e o simbolismo místico do checo radicado em Paris Frangisse Luka (1871-1957).

Kazimir Malevich (1878-1935) é um dos maiores expoentes da arte abstrata geométrica. No bojo do suprematismo, 1915, defende uma arte comprometida com a pesquisa metódica da estrutura da imagem. A geometria suprematista se apresenta nos célebres Quadrado Preto Suprematista (1914/1915) e Quadrado Branco sobre Fundo Branco (1918). A obra de Malevich tem impacto sobre o construtivismo de Alexander Rodchenko (1891-1956) - ver Negro sobre Negro (1918) - e o realismo dos irmãos A. Pevsner (1886-1962) e N. Gabo (1890-1977). O neoplasticismo de Piet Mondrian e Theo van Doesburg indica outra tendência da abstração geométrica. O movimento se organiza em torno da revista De Stijl [O Estilo], 1917, e tem o propósito de encontrar nova forma de expressão plástica, liberta de sugestões representativas. As composições se articulam com base em elementos mínimos: a linha reta, o retângulo e as cores primárias - azul, vermelha e amarela -, além da preta, branca e cinza. As idéias estéticas defendidas em De Stijl reverberam nos grupos Cercle et Carré (1930) e Abstraction-Création (1931), na França, e no Circle (1937), na Inglaterra.

Depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a Europa e os Estados Unidos assistem a desdobramentos da pesquisa abstrata. O tachismo europeu, também associado à abstração lírica, apresenta-se como tentativa de superação da forma pela ultrapassagem dos conteúdos realistas e dos formalismos geométricos. Os trabalhos de Hans Hartung (1904) e Pierre Soulages (1919) apóiam-se sobretudo no gesto, enquanto nas obras de Jean Fautrier (1898-1964) e Jean Dubuffet (1901-1985) - e nos trabalhos de Alberto Burri (1915-1995) e Antoni Tàpies (1923-2012) - a pesquisa incide preferencialmente sobre a matéria. Nos Estados Unidos, a abstração ganha força com o expressionismo abstrato de Jackson Pollock (1912-1956) e Willem de Koin (1904-1997) - que descarta tanto a noção de composição, cara à abstração geométrica, quanto a abstração lírica -, as grandes extensões de cor não modulada de Burnet Newman (1905-1970) e Mark Roth (1903-1970) e a pintura com cores planas e contornos marcados de Ellsworth Kelly (1923) e Kenneth Noland (1924). O minimalismo de Donald Judd (1928), Ronald Bladen (1918-1988) e Tony Smith (1912-1980) - tributário de uma vertente da arte abstrata norte-americana que remonta a Ad Reinhardt (1913-1967), Jasper Johns (1930) e Frank Stella (1936) - retoma as pesquisas geométricas na contramão da exuberância romântica do expressionismo abstrato.

No Brasil, as obras de Manabu Mabe (1924-1997) e Tomie Ohtake (1913) aproximam-se do abstracionismo lírico, que tem adesão de Cicero Dias (1907-2003) e Antonio Bandeira (1922-1967). Nos anos 80, observa-se uma apropriação tardia da obra de Kooning na produção de Jorge Guinle (1947-1987). O pós-minimalismo, por sua vez, ressoa em obras de Carlos Fajardo (1941), José Resende (1945) e Ana Maria Tavares (1958). Em termos de abstração geométrica, são mencionados os artistas reunidos no movimento concreto de São Paulo (Grupo Ruptura) e do Rio de Janeiro (Grupo Frente) e no neoconcretismo.

SURREALISMO


O termo surrealismo, foi criado por André Breton com base na ideia de estado de fantasia supernaturalista de Guillaume Apollinaire, traz um sentido de afastamento da realidade comum que o movimento surrealista celebra desde seu primeiro manifesto em 1924.

André Breton, autor do manifesto, o objetivo do manifesto é resolver a contradição entre sonho e realidade pela criação de uma realidade absoluta, uma supra-realidade. A importância do mundo onírico, do irracional e do inconsciente, anunciada no texto, se relaciona diretamente ao uso livre que os artistas fazem da obra de Sigmund Freud e da psicanálise, permitindo-lhes explorar nas artes o imaginário e os impulsos ocultos da mente.

O caráter anti-racionalista do surrealismo coloca-o em posição diametralmente oposta das tendências construtivas e formalistas na arte que florescem na Europa após a Primeira Guerra Mundial, 1914-1918, e das tendências ligadas ao chamado retorno à ordem. Como vertente crítica de origem francesa, o surrealismo aparece como alternativa ao cubismo, alimentado pela retomada das matrizes românticas francesa e alemã, do simbolismo, da pintura metafísica italiana Giorgio de Chirico, principalmente - e do caráter irreverente e dessacralizador do dadaísmo, do qual vem parte dos surrealistas. Como o movimento dada, o surrealismo apresenta-se como crítica cultural mais ampla, que interpela não somente as artes, mas modelos culturais, passados e presentes.

Na contestação radical de valores que empreende, faz uso de variados canais de expressão - revistas, manifestos, exposições e outros -, mobiliza diferentes modalidades artísticas como escultura, literatura, pintura, fotografia, artes gráficas e cinema.

A crítica à racionalidade burguesa em favor do maravilhoso, do fantástico e dos sonhos reúne artistas de feições muito variadas. Na literatura, além de Breton, Louis Aragon, Philippe Soupault, Georges Batalhe, Michel Leires, Max Jacob entre outros. Nas artes plásticas, René Magrete, André Maçon., Joan Miró, Max Ernst, Salvador Dalí, e outros.

Na fotografia, Man Ray, Dora Mar, Brasa. No cinema, Luís Buñuel. Certos temas e imagens são obsessivamente tratados por eles, com soluções distintas, como, por exemplo, o sexo e o erotismo; o corpo, suas mutilações e metamorfoses; o manequim e a boneca; a violência, a dor e a loucura; as civilizações primitivas; e o mundo da máquina. Esse amplo repertório de temas e imagens encontra-se traduzido nas obras por procedimentos e métodos pensados como capazes de driblar os controles conscientes do artista, portanto, responsáveis pela liberação de imagens e impulsos primitivos.

A escrita e a pintura automáticas, fartamente utilizadas, são formas de transcrição imediata do inconsciente, pela expressão do funcionamento real do pensamento como, os desenhos produzidos coletivamente entre 1926 e 1927 por Man Ray, Yves Tanguá, Miró e Max Morse, com o título O Cadáver Requintado). A protege [fricção] desenvolvida por Ernst faz parte das técnicas automáticas de produção. Trata-se de esfregar lápis ou crayon sobre uma superfície áspera ou texturização para "provocar" imagens, resultados aleatórios do processo, como a série de desenhos História Natural, realizada entre 1924 e 1927.

As colagens e assemblages constituem mais uma expressão caraterística da lógica de produção surrealista, ancorada na idéia de acaso e de escolha aleatória, princípio central de criação para os dadaístas. A célebre frase de Lautréamont é tomada como inspiração forte: Belo como o encontro casual entre uma máquina de costura e um guarda-chuva numa mesa de dissecção.

A sugestão do escritor se faz notar na justaposição de objetos desconexos e nas associações à primeira vista impossíveis, que particularizam as colagens e objetos surrealistas. Que dizer de um ferro de passar cheio de pregos, de uma xícara de chá coberta de peles ou de uma bola suspensa por corda de violino? Dalí radicaliza a idéia de libertação dos instintos e impulsos contra qualquer controle racional pela defesa do método da paranóia crítica, forma de tornar o delírio um mecanismo produtivo, criador.

A crítica cultural empreendida pelos surrealistas, baseada nas articulações arte/inconsciente e arte/política, deixa entrever sua ambição revolucionária e subversiva, amparada na psicanálise - contra a repressão dos instintos - e na idéia de revolução oriunda do marxismo (contra a dominação burguesa). As relações controversas do grupo com a política aparecem na adesão de alguns ao trotskismo (Breton, por exemplo) e nas posições reacionárias de outros, como Dalí.

A difusão do surrealismo pela Europa e Estados Unidos faz-se rapidamente. É possível rastreá-lo em esculturas de artistas díspares como Alberto Giacometti, Alexander Caldera, Hans Ar e Henry Spencer Moore.

Na Bélgica, Romênia e Alemanha ecos surrealistas vibram em obras de Paul Del Vaux, Victor Braune e Hans Elmer, respectivamente. Na América do Sul e no Caribe, o chileno Roberto Matta e o cubano Cifrado Liam devem ser lembrados como afinados com o movimento.

Nos Estados Unidos, o surrealismo é fonte de inspiração para o expressionismo abstrato e a arte pop.

No Brasil especificamente o surrealismo reverbera em obras variadas como as de Ismael Nery e Cicero Dias, assim como nas fotomontagens de Jorge de Lima. Nos dias atuais artistas continuam a tirar proveito das lições surrealistas.



Fontes de pesquisa

ARGAN, Giulio Carlo. Arte moderna: do iluminismo aos movimentos contemporâneos. Tradução Denise Bottmann, Frederico Carotti. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

FER, Brin, BATCHELOR, David, WOOD, Paul. Realismo, Racionalismo, Surrealismo: a arte no entreguerras. Tradução Cristina Fino. São Paulo: Cosac & Naif, 1998. (Arte Moderna: práticas e debates, 3).

SURREALISMO. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2019. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3650/surrealismo>. Acesso em: 09 de jul. 2019.

DADAÍSMO


O dadaísmo surgiu em 1916, por iniciativa de um grupo de artistas que não acreditavam numa sociedade que teria sido responsável pelos estragos provocados pela Primeira Guerra Mundial. A palavra dadá, significa a falta de resultado, ou seja, nada.

Esse grupo de artistas decidiram romper com todos os valores e princípios estabelecidos por ela, inclusive os princípios artísticos e estéticos da arte. O foco de difusão dessa corrente artística foi o Café Voltaire, fundado na cidade de Zurique pelo poeta Tristan Tzara, devido a publicação de diversos manifestos, o dadaísmo ficou conhecido em toda a Europa e os artistas Marcel Duchamp e Francis Picabia aderiram ao movimento.

No dadaísmo artistas plásticos e poetas trabalhavam juntos, porque o movimento propunha uma atuação interdisciplinar como a única maneira possível de renovar a criatividade nas artes.

Desse modo, os dadaístas romperam com formas de pensar e fazer arte e mudou o conceito da própria arte. Os dadaístas negaram toda a autoridade crítica ou acadêmica, valorizavam toda expressão humana, inclusive a involuntária.

A arte dadaísta abriu os caminhos para movimentos vanguardistas muito importantes como o surrealismo e a arte pop.

Fonte de pesquisa

ARTE Moderna. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2019. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo355/arte-moderna>. Acesso em: 09 de jul. 2019.

ARGAN, Giulio Carlo. Arte moderna: do iluminismo aos movimentos contemporâneos. Tradução Denise Bottmann, Frederico Carotti. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

O EXPRESSIONISMO NO CINEMA


As primeiras seções de cinema expressionista ocorreram no período de inúmeras mudanças políticas no final do século XIX, e com a fundação do Segundo Reich Alemão (1871), isto é, Império Alemão (Deutsches Reich), existente entre 1871 e 1918, e que compreendia o território alemão unificado (um pouco maior do que o atual), além de vários domínios ultramarinos espalhados pela África, Ásia e Oceania. A Prússia unificou 25 estados ao seu redor.

O governo do rei Guilherme I, não conseguiu exercer controle absoluto sobre a produção artística e cultural de todas as regiões, mesmo, oficializando em 1880 a produção de uma a pintura que glorificasse a dinastia do imperador Guilherme I. A oficialização de uma estética de pintura se deu principalmente pela presença de Anton von Werner (1843-1915), representante de uma linguagem artística voltada à representação de temas históricos.

Entretanto, o governo nem mesmo com medidas autoritárias conseguiu controlar as produções e artísticas e nesse período, surgiram as sessões, grupos artísticos independentes como: Die Brücke - A Ponte, fundado em Dresden, em 1905, e der blaue Reiter - O Cavaleiro Azul, fundado em Munique, por volta de 1911. O círculo de A ponte, O Cavaleiro Azul.

Foi nesse contexto que o cinema expressionista surgiu na Alemanha em 1919, e forma tardia se comparada às demais artes e quando a literatura expressionista estava em declínio, o cinema acabaria falando de temas comuns aos seus antecessores, como a morte, a angústia da grande cidade e o conflito de gerações.

O aspecto mais importante do cinema expressionista foi, inovação estética. Seus atores e diretores, a maioria oriundos do teatro, passaram a utilizar técnicas já desenvolvidas no palco, como o jogo de luzes e holofotes, presentes na maioria dos filmes. Em vez de movimentos de câmera, a iluminação de um detalhe, a aparência fantástica das sombras ou a máscara nas lentes da câmera compunham os efeitos mais frequentes. Os espelhos foram outro recurso importante (usado, por exemplo, para deformar rostos).

Fontes de pesquisa

CALHEIROS, Luís. Às vésperas do expressionismo. Disponível em: <www.ipv.pt/milênio/16_pers2.htm>. Acesso em: 09/05/2018.

EISNER, Lote. A tela demoníaca. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985.

Filmes

O estudante de Praga (Der SUDENE von Pra, Alemanha, 1913), dirigido por Stela Re.

O Gabinete do Dr. Caligari (Das Gabinete des Doutor Caligari, Alemanha, 1920), dirigido por Robert Wiene.

O EXPRESSIONISMO NA LITERATURA


A literatura expressionista se manifesta com a fundação de Der Sturn que traduzida para o português significa A tempestade, uma revista dirigida por Herwart Walden. Por meio dessa revista a literatura expressionista obteve seu auge e a maioria dos artistas da época participaram dessa corrente.

A literatura expressionista se caracteriza como a presença da subjetividade do escritor, despreocupação quanto a organização do texto em estrofes onde há análise do subconsciente dos personagens, metáforas exageradas e as vezes grotescas, linguagem direta, frases curtas e rompimento da lógica interior iguais as estéticas literárias anteriores.

Autores e obras do Expressionismo brasileiro:

Mário de Andrade: Paulicéia Desvairada; Lira Paulistana; Contos Novos; Amar, Verbo Intransitivo; Macunaíma; A Escrava que não é Isaura; Os Filhos da Candinha.

Oswald de Andrade: Pau-Brasil; Primeiro Caderno de Poesia do Aluno Oswald de Andrade; Os Condenados; Memórias Sentimentais de João Miramar; Serafim Ponte Grande; O Rei da Vela; Um Homem sem Profissão.

Nelson Rodrigues: dramaturgo que apresentava características expressionistas em seus textos e em suas peças teatrais.

Fonte de pesquisa

ARTE Moderna. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2019. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo355/arte-moderna>. Acesso em: 09 de jul. 2019.

ARGAN, Giulio Carlo. Arte moderna: do iluminismo aos movimentos contemporâneos. Tradução Denise Bottmann, Frederico Carotti. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

EXPRESSIONISMO - PINTURA


O expressionismo na pintura busca representar à expressão do irracional, dos impulsos e das paixões individuais, nas suas obras não há preocupação em relação à objetividade, mas, sim a reflexão individual e subjetiva dos artistas. Há um distanciamento da figuratividade, o uso de traços e cores fortes, a imitação das artes primitivas, etc.

No Brasil o expressionismo influenciou e impulsionou o movimento modernista através do desejo intenso de pesquisar e representar nossa vida social, cultural e espiritual. Principais artistas brasileiros que apresentam características expressionistas em suas criações são:

Anita Malfatti: Sua arte era livre das limitações impostas pelo academicismo.

Cândido Portinari: Expressava através de suas obras o papel que os artistas da época se propunham: denunciar as desigualdades da sociedade brasileira e as consequências desse desequilíbrio

Osvaldo Goeldi: Autor de diversas gravuras. Dedicou-se a xilogravura gravura em madeira.

Fonte de pesquisa

ARTE Moderna. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2019. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo355/arte-moderna>. Acesso em: 09 de jul. 2019.

ARGAN, Giulio Carlo. Arte moderna: do iluminismo aos movimentos contemporâneos. Tradução Denise Bottmann, Frederico Carotti. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

Monólogo dramático