A obra de Beethoven Representa uma transição entre a música do século 18, classicista, e a do século 19, romântica.
Viveu em um momento histórico marcado pelo signo da transição. A Revolução Francesa de 1789, por exemplo, rebentou quando ele tinha apenas 19 anos. Com a revolução, o Antigo Regime, conduzido pela aristocracia, cedia lugar para uma nova classe dirigente, a burguesia. É justamente essa burguesia que passará a ser o principal público consumidor de arte e de música na Europa naquele instante. No classicismo, o artista era praticamente um servo da nobreza, que lhe encomendava as obras, levava-o para tocar em seus luxuosos salões e, em seguida, mandava-o jantar na cozinha, junto com os demais criados da casa. Com os novos tempos pós-revolucionários, começaram a aparecer também os primeiros espetáculos públicos. Músicos e compositores exibiam sua obras para um número cada vez maior de espectadores. Antes nivelado aos serviçais, o artista ganhava personalidade própria, o que ajudaria a reforçar o caráter de subjetividade e de individualidade artística, tão caro aos românticos. Era esta uma moldura histórica perfeita para se despontar um caráter tão impulsivo e tão independente quanto o de Beethoven, que sintomaticamente sempre se recusara a ser tratado como criado e comer na cozinha. A música de Beethoven, é verdade, evoluiu consideravelmente ao longo dos anos. Suas primeiras composições, entre 1792 e 1800, apesar de já demonstrarem um marcante estilo pessoal, ainda estão muito próximas da música típica daquele século 18. Em sua segunda fase, entre 1800 e 1814, após algumas experimentações notáveis, alcança seu ponto máximo de criação. É, curiosamente, o período das primeiras manifestações de sua doença. Ali, Beethoven consuma, com extraordinária genialidade, todos os recursos e possibilidades do classicismo.
A terceira e última fase de Beethoven, enfim, entre 1814 e as vésperas de sua morte, surpreenderá o público e a crítica da época. Muitos de seus contemporâneos não compreenderão e torcerão o nariz para aquela música abstrata, composta em um estado de já absoluta surdez. Desta fase, ficarão sobretudo os últimos quartetos e a portentosa Nona sinfonia. A herança que Beethoven deixou para a música posterior será avassaladora. Morto em 1827, sua arte e seu nome dominarão todo o século 19. Somente no século 20, com o Modernismo, os compositores eruditos conseguirão se libertar de sua suprema e esmagadora influência.
REFERÊNCIAS:
http://musicaclassica.folha.com.br/cds/03/contexto.html. Acesso em 30/01/2017. 14h.
http://www.musica-classica.net/. Acesso em 30/01/2017. 14h30. http://direcaocultura.com.br/portal/wp-content/uploads/2015/02/Musisca_Classica_para_Classicos_em_Cena.pdf. Acesso em 30/01/2017. 15h.
Olá! Sejam BEM-VIND@S!!! Em razão da minha cegueira desenvolvi uma metodologia específica de ensino, pautada na oralidade e audiodescrições, na qual utilizo, diversos recursos de mídia para preparar, organizar e ministrar aulas, dentre eles, está este blog, onde irei compartilhar de forma gratuita e acessível conteúdos relacionados a Artes e cultura com você!
segunda-feira, 30 de janeiro de 2017
sábado, 22 de outubro de 2016
quarta-feira, 7 de setembro de 2016
quarta-feira, 27 de julho de 2016
Portinari
Candido Portinari nasceu no dia 30 de dezembro de 1903, numa fazenda de
café em Brodoswki, no Estado de São Paulo. Filho de imigrantes italianos, de
origem humilde, recebeu apenas a instrução primária. Desde criança, manifesta vocação
artística. Aos 15 anos, foi para o Rio de Janeiro em busca de um aprendizado
mais sistemático em pintura, matriculando-se na Escola Nacional de Belas Artes.
Em 1928, conquistou o Prêmio de Viagem ao Estrangeiro da Exposição Geral
de Belas-Artes, de tradição acadêmica. Foi para Paris (França), onde permaneceu
durante todo o ano de 1930. Longe de sua pátria, saudoso de sua gente,
Portinari voltou ao Brasil em 1931 e retratou em suas telas o povo brasileiro,
superando aos poucos sua formação acadêmica e fundindo a ciência antiga da
pintura a uma personalidade experimentalista a antiacadêmica moderna.
Em 1935, obteve seu primeiro reconhecimento no exterior, a segunda
menção honrosa na exposição internacional do Carnegie Institute de Pittsburgh,
Estados Unidos, com uma tela de grandes proporções, intitulada “Café”,
retratando uma cena da colheita típica de sua região de origem.
A inclinação muralista de Portinari revelou-se com vigor nos painéis
executados no Monumento Rodoviário da estrada Rio de Janeiro – São Paulo, em
1936, e nos afrescos do novo edifício do Ministério da Educação e Saúde,
realizados entre 1936 e 1944. Estes trabalhos, como conjunto e concepção
artística, representam um marco na evolução da arte de Portinari, afirmando a
opção pela temática social, que foi o fio condutor de toda a sua obra a partir
de então.
Companheiro de poetas, escritores, jornalistas, diplomatas, Portinari
participou da elite intelectual brasileira em uma época em que se verificava
uma notável mudança da atitude estética e na cultura do país.
No final da década de 30, a projeção de Portinari nos Estados Unidos foi
consolidada. Em 1939, ele executa três grandes painéis para o pavilhão do
Brasil na Feira Mundial de Nova York. Neste mesmo ano o Museu de Arte Moderna
de Nova York adquire sua tela “O Morro”.
Em 1940, participou de uma mostra de arte latino-americana no Riverside
Museum de Nova York e expôs individualmente no Instituto de Artes de Detroit e
no Museu de Arte Moderna de Nova York, com grande sucesso de crítica, venda e
público. Em dezembro do mesmo ano, a Universidade de Chicago publicou o
primeiro livro sobre o pintor, “Portinari, His Life and Art”, com introdução do
artista Rockwell Kent e inúmeras reproduções de suas obras.
Em 1941, Portinari executou quatro grandes murais na Fundação Hispânica
da Biblioteca do Congresso em Washington, com temas referentes à história
latino-americana. De volta ao Brasil, realizou, em 1943, oito painéis
conhecidos como “Série Bíblica”, fortemente influenciado pela visão picassiana
de “Guernica” e sob o impacto da 2ª Guerra Mundial.
Em 1944, a convite do arquiteto Oscar Niemeyer, iniciou as obras de
decoração do conjunto arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte (MG),
destacando-se o mural “São Francisco” e a “Via Sacra”, na Igreja da Pampulha. A
escalada do nazi-fascismo e os horrores da guerra reforçaram o caráter social e
trágico de sua obra, levando-o à produção das séries “Retirantes” e “Meninos de
Brodowski”, entre 1944 e 1946, e à militância política, filiando-se ao Partido
Comunista Brasileiro e candidatando-se a deputado, em 1945, e a senador, em
1947. Ainda em 1946, Portinari voltou a Paris para realizar sua primeira
exposição em solo europeu, na Galerie Charpentier. A exposição teve grande
repercussão, tendo sido Portinari agraciado, pelo governo francês, com a Légion
d’Honneur.
Em 1947 expôs no salão Peuser, de Buenos Aires (Argentina) e nos salões
da Comissão Nacional de Belas Artes, de Montevidéu (Uruguai), recebendo grandes
homenagens por parte de artistas, intelectuais e autoridades dos dois países.
O final da década de 40 assinalou o início da exploração dos temas
históricos por meio da afirmação do muralismo. Em 1948, Portinari exilou-se no
Uruguai, por motivos políticos, onde pintou o painel “A Primeira Missa no
Brasil”, encomendado pelo banco Boavista do Brasil.
Em 1949, executou o grande painel “Tiradentes”, narrando episódios do
julgamento e execução do herói brasileiro que lutou contra o domínio colonial
português. Por este trabalho, Portinari recebeu, em 1950, a medalha de ouro
concedida pelo Júri do Prêmio Internacional da Paz, reunido em Varsóvia
(Polônia).
Em 1952, atendendo a encomenda do Banco da Bahia, realizou outro painel
com temática histórica, “A Chegada da Família Real Portuguesa à Bahia” e
iniciou os estudos para os painéis “Guerra e Paz”, oferecidos pelo governo
brasileiro à nova sede da Organização das Nações Unidas. Concluídos em 1956, os
painéis, medindo cerca de 14m x10m cada – os maiores pintados por Portinari.
Em 1955, recebeu a medalha de ouro concedida pelo Internacional
Fine-Arts Council de Nova York como o melhor pintor do ano. Em 1956, Portinari
viajou a Israel, a convite do governo daquele país, expondo em vários museus e
executando desenhos inspirados no recém-criado Estado Israelense e expostos
posteriormente em Bolonha (Itália), Lima (Peru), Buenos Aires (Argentina) e Rio
de Janeiro. No mesmo ano, Portinari recebeu o Prêmio Guggenheim do Brasil e, em
1957, a Menção Honrosa no Concurso Internacional de Aquarela do Hallmark Art
Award, de Nova York. No final da década de 50, realizou diversas exposições
internacionais.
Expôs em Paris e Munique (Alemanha) em 1957. Foi o único artista
brasileiro a participar da exposição 50 Anos de Arte Moderna, no Palais des
Beaux Arts, em Bruxelas (Bélgica), em 1958. Como convidado de honra, expôs 39
obras em sala especial na I Bienal de Artes Plásticas da Cidade do México, em
1958. Neste mesmo ano, expôs em Buenos Aires, e em 1959 na Galeria Wildenstein
de Nova York e, juntamente com outros grandes artistas americanos como Tamayo,
Cuevas, Matta, Orozco, Rivera. Participou da exposição Coleção de Arte
Interamericana, do Museo de Bellas Artes de Caracas (Venezuela). Candido
Portinari morreu no dia 6 de fevereiro de 1962, quando preparava uma grande
exposição de cerca de 200 obras a convite da Prefeitura de Milão (Itália),
vítima de intoxicação pelas tintas que utilizava.
Candido Portinari nasceu no dia 30 de dezembro de 1903, numa fazenda de
café em Brodoswki, no Estado de São Paulo. Filho de imigrantes italianos, de
origem humilde, recebeu apenas a instrução primária. Desde criança, manifesta vocação
artística. Aos 15 anos, foi para o Rio de Janeiro em busca de um aprendizado
mais sistemático em pintura, matriculando-se na Escola Nacional de Belas Artes.
Em 1928, conquistou o Prêmio de Viagem ao Estrangeiro da Exposição Geral
de Belas-Artes, de tradição acadêmica. Foi para Paris (França), onde permaneceu
durante todo o ano de 1930. Longe de sua pátria, saudoso de sua gente,
Portinari voltou ao Brasil em 1931 e retratou em suas telas o povo brasileiro,
superando aos poucos sua formação acadêmica e fundindo a ciência antiga da
pintura a uma personalidade experimentalista a antiacadêmica moderna.
Em 1935, obteve seu primeiro reconhecimento no exterior, a segunda
menção honrosa na exposição internacional do Carnegie Institute de Pittsburgh,
Estados Unidos, com uma tela de grandes proporções, intitulada “Café”,
retratando uma cena da colheita típica de sua região de origem.
A inclinação muralista de Portinari revelou-se com vigor nos painéis
executados no Monumento Rodoviário da estrada Rio de Janeiro – São Paulo, em
1936, e nos afrescos do novo edifício do Ministério da Educação e Saúde,
realizados entre 1936 e 1944. Estes trabalhos, como conjunto e concepção
artística, representam um marco na evolução da arte de Portinari, afirmando a
opção pela temática social, que foi o fio condutor de toda a sua obra a partir
de então.
Companheiro de poetas, escritores, jornalistas, diplomatas, Portinari
participou da elite intelectual brasileira em uma época em que se verificava
uma notável mudança da atitude estética e na cultura do país.
No final da década de 30, a projeção de Portinari nos Estados Unidos foi
consolidada. Em 1939, ele executa três grandes painéis para o pavilhão do
Brasil na Feira Mundial de Nova York. Neste mesmo ano o Museu de Arte Moderna
de Nova York adquire sua tela “O Morro”.
Em 1940, participou de uma mostra de arte latino-americana no Riverside
Museum de Nova York e expôs individualmente no Instituto de Artes de Detroit e
no Museu de Arte Moderna de Nova York, com grande sucesso de crítica, venda e
público. Em dezembro do mesmo ano, a Universidade de Chicago publicou o
primeiro livro sobre o pintor, “Portinari, His Life and Art”, com introdução do
artista Rockwell Kent e inúmeras reproduções de suas obras.
Em 1941, Portinari executou quatro grandes murais na Fundação Hispânica
da Biblioteca do Congresso em Washington, com temas referentes à história
latino-americana. De volta ao Brasil, realizou, em 1943, oito painéis
conhecidos como “Série Bíblica”, fortemente influenciado pela visão picassiana
de “Guernica” e sob o impacto da 2ª Guerra Mundial.
Em 1944, a convite do arquiteto Oscar Niemeyer, iniciou as obras de
decoração do conjunto arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte (MG),
destacando-se o mural “São Francisco” e a “Via Sacra”, na Igreja da Pampulha. A
escalada do nazi-fascismo e os horrores da guerra reforçaram o caráter social e
trágico de sua obra, levando-o à produção das séries “Retirantes” e “Meninos de
Brodowski”, entre 1944 e 1946, e à militância política, filiando-se ao Partido
Comunista Brasileiro e candidatando-se a deputado, em 1945, e a senador, em
1947. Ainda em 1946, Portinari voltou a Paris para realizar sua primeira
exposição em solo europeu, na Galerie Charpentier. A exposição teve grande
repercussão, tendo sido Portinari agraciado, pelo governo francês, com a Légion
d’Honneur.
Em 1947 expôs no salão Peuser, de Buenos Aires (Argentina) e nos salões
da Comissão Nacional de Belas Artes, de Montevidéu (Uruguai), recebendo grandes
homenagens por parte de artistas, intelectuais e autoridades dos dois países.
O final da década de 40 assinalou o início da exploração dos temas
históricos por meio da afirmação do muralismo. Em 1948, Portinari exilou-se no
Uruguai, por motivos políticos, onde pintou o painel “A Primeira Missa no
Brasil”, encomendado pelo banco Boavista do Brasil.
Em 1949, executou o grande painel “Tiradentes”, narrando episódios do
julgamento e execução do herói brasileiro que lutou contra o domínio colonial
português. Por este trabalho, Portinari recebeu, em 1950, a medalha de ouro
concedida pelo Júri do Prêmio Internacional da Paz, reunido em Varsóvia
(Polônia).
Em 1952, atendendo a encomenda do Banco da Bahia, realizou outro painel
com temática histórica, “A Chegada da Família Real Portuguesa à Bahia” e
iniciou os estudos para os painéis “Guerra e Paz”, oferecidos pelo governo
brasileiro à nova sede da Organização das Nações Unidas. Concluídos em 1956, os
painéis, medindo cerca de 14m x10m cada – os maiores pintados por Portinari.
Em 1955, recebeu a medalha de ouro concedida pelo Internacional
Fine-Arts Council de Nova York como o melhor pintor do ano. Em 1956, Portinari
viajou a Israel, a convite do governo daquele país, expondo em vários museus e
executando desenhos inspirados no recém-criado Estado Israelense e expostos
posteriormente em Bolonha (Itália), Lima (Peru), Buenos Aires (Argentina) e Rio
de Janeiro. No mesmo ano, Portinari recebeu o Prêmio Guggenheim do Brasil e, em
1957, a Menção Honrosa no Concurso Internacional de Aquarela do Hallmark Art
Award, de Nova York. No final da década de 50, realizou diversas exposições
internacionais.
Expôs em Paris e Munique (Alemanha) em 1957. Foi o único artista
brasileiro a participar da exposição 50 Anos de Arte Moderna, no Palais des
Beaux Arts, em Bruxelas (Bélgica), em 1958. Como convidado de honra, expôs 39
obras em sala especial na I Bienal de Artes Plásticas da Cidade do México, em
1958. Neste mesmo ano, expôs em Buenos Aires, e em 1959 na Galeria Wildenstein
de Nova York e, juntamente com outros grandes artistas americanos como Tamayo,
Cuevas, Matta, Orozco, Rivera. Participou da exposição Coleção de Arte
Interamericana, do Museo de Bellas Artes de Caracas (Venezuela). Candido
Portinari morreu no dia 6 de fevereiro de 1962, quando preparava uma grande
exposição de cerca de 200 obras a convite da Prefeitura de Milão (Itália),
vítima de intoxicação pelas tintas que utilizava.
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