O termo pintura de gênero faz referência às representações da
vida cotidiana, do mundo do trabalho e dos espaços domésticos, que tomaram a
pintura holandesa do século XVII. Em pleno florescimento do barroco na Europa católica, desenvolve-se nos Países Baixos,
sobretudo na sua porção holandesa protestante, um estilo sóbrio, realista, comprometido com a descrição de cenas
rotineiras, de temas da vida diária, de homens dedicados a seus ofícios, de
mulheres no interior da casa e de festas comunitárias, no campo e na cidade.
As imagens caracterizam-se, em geral, pela riqueza de detalhes, pela precisão e
apuro técnico, numa tentativa de registro fiel do que o olho humano é capaz de
captar. Nada mais distante da exuberância barroca, dos temas nobres e dos
padrões de beleza que orientam a representação dos corpos na pintura italiana,
por exemplo.
Mas é Pieter Brueghel (ca.1525 - 1569), O Velho, que irá se
deter nas cenas de gênero, no seu caso, nas cenas da vida camponesa: os aldeões
no trabalho e em festejos variados. Grande pintura feita a partir de temas
menores e desimportantes, esta parece ter sido a lição dos pintores holandeses
especializados nas cenas de gênero. Dentre eles destaca-se Jan Vermeer
(1632-1675), que se não pintou tantos quadros como Jan Steen, deixou obras
antológicas, como A
Leiteira (ca.1660), Mulher Lendo Diante da Janela (ca.1657), Jarro de Vinho (ca.1658-1660), A Lição de Música (ca.1662-1665), entre outras.
Pintura de gênero
no Brasil
No Brasil, a pintura de gênero é
ensaiada pelos pintores formados no âmbito da academia no final do século XIX e
início do século XX. No interior da ampla produção de Debret (1768 - 1848),
por exemplo, o registro de cenas da vida cotidiana, dos ambientes domésticos e
do mundo do trabalho está presente em diversos trabalhos, como Uma Senhora Brasileira em seu Lar (ca. 1823), Botica e Interior de uma Casa de
Ciganas (1823). Almeida Júnior (1850
- 1899), por sua vez, realiza pinturas de
gênero em diferentes momentos: Quarto
do Artista em Paris (1886), Caipiras Negaceando (1888), Caipira Picando Fumo (1893), O
Importuno (1898). A
pintura de gênero encontra expressão ainda em obras de Modesto Brocos (1852 - 1936) - Engenho de Mandioca (1892) -, de Belmiro de Almeida
(1858 - 1935)
-
A Tagarela
(1893) e Arrufo (1887) – de Henrique Bernardelli
(1858 - 1936), por exemplo Interior Italiano (s.d.) e A
Tarantela - ca. 1886).
REFERÊNCIA: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo912/pintura-de-genero
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