ARTE PALEOLÍTICA
Zeneide P. Cordeiro
Especialista em Gestão e Docência.
Graduada em Educação Artística – habilitação em Artes
Plásticas – UFMA.
A arte representativa; pintura e escultura aparecem pela primeira vez no Paleolítico Superior, há cerca de 30.000 anos, o aspecto mais fascinante desta arte é que ela nos dá a oportunidade de ver o mundo de há milhares de anos através dos olhos das pessoas que viveram naquela época.
O conceito de arte variou enormemente no mundo moderno, as antigas representações artísticas dizem muito sobre o desenvolvimento das capacidades humanas. A arte paleolítica serve para explicar a capacidade do homem/artista para o detalhe das formas presentes na natureza e o uso que faz do simbolismo, mostra suas crenças e valores, e sobre os temas que escolhia para pintar, entre todos os que tinham à sua disposição. As imagens mais antigas que se conhece são as que se vê nos níveis aurinhacienses de La Ferrassie, as representações de animais e de símbolos, incluindo os órgãos genitais femininos, são gravadas ou pintadas sobre placas planas de pedra calcária. No aurinhacienses, e ainda mais no gravetiense, há muitos exemplares da chamada arte mobiliária: peças móveis, principalmente estatuetas. Em Pavlov, na República Tcheca, tinham sido modeladas em argila e depois cozidas. A maior parte das figuras femininas era gravada em marfim ou osso, em uma variedade de proporções, normalmente com seios e nádegas exageradas. Sugeriu-se que essas estatuetas de Vênus se vinculavam a ritos de fertilidade, mas isso não passa de uma especulação, ainda que os ritos de fertilidade tenham sido importantes em muitas sociedades mais recentes. Nos desenhos das cavernas, foram usadas diferentes técnicas. Às vezes, como em Les Combarelles, as técnicas são formadas por linhas gravadas que originalmente podem ter sido preenchidas com cores, outras são pinturas como em Lascaux, na França, e Altamira, na Espanha, com desenhos contornados de preto e preenchidos com cores, na maioria vermelho e amarelo. Com frequência, os artistas do paleolítico fizeram várias vezes, pinturas ou gravuras em cima uma de outra, sem que tivesse uma relação com a anterior. Os animais são o tema principal, especialmente grandes animais de caça: mamutes e bisões. As renas são menos frequentes, embora fossem muito caçadas. Às vezes há uma variedade maior, incluindo carnívoros como o leão e o lobo. Além de animais, também se encontram algumas formas abstratas, figuras geométricas. As figuras humanas são representadas em poucas ocasiões e quase todas são femininas. Não há certeza sobre o que se deve isso, mais alguns pesquisadores afirmam quando falam da arte pré-história que a representação da figura humana podia trazer má sorte.
O esboço de todas as figuras feitas nas cavernas no período do paleolítico superior era feito com um risco gravado, que depois era acentuado com pigmento negro. Em alguns casos, a figura toda é pintada de preto, como se fosse uma silhueta, mas normalmente apenas o estão os cascos ou úngulas, além do perfil. O corpo do animal era colorido com ocre vermelho. Onde as ondulações da rocha o permitiam, às vezes o artista fazia o desenho de tal maneira que a forma da rocha acentuava a figura. Se havia alguma dúvida sobre a autenticidade da pintura, esta se dissipava facilmente pela camada de estalagmite transparente que se havia formado sobre ela, depositada pelo gotejar de água durante de milhares de anos. Os dois principais pigmentos eram extraídos de rochas moída, insolúvel na água e sem nenhum material orgânico. O pó negro consistia principalmente em óxido de manganês, e o ocre vermelho, em óxido de ferro, possivelmente se utilizava gordura para aplica-lo, em alguns lugares se utilizavam materiais orgânicos como o carvão.
Muitas das pinturas do paleolítico superior tratam com frequência de magia. A representação de animais dentro das cavernas talvez consideradas como lugares especiais os ajudaria a caçá-los. A maioria dessas pinturas refere-se a mitos que tivessem importância especial para as pessoas envolvidas. Ainda que suponhamos que alguma dessas ideias seja correta, não há nenhuma garantia de que uma explicação válida para um lugar o seja para outro.
REFERÊNCIAS
GOWLETT, John. Arqueologia das primeiras culturas: a alvorada da humanidade. Roxby Archaeology Ltd. Barcelona. 2007, Ediciones Folio, S.A.
JANSON, H. W. JANSON, Anthony. Iniciação a história da arte. São Paulo. Martins Fontes, 2009.
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