sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

O POEMA A CANÇÃO DO AFRICANO DO AUTOR CASTRO ALVES COMO ROTEIRO TEATRAL.

ZENEIDE PEREIRA CORDEIRO
Graduada em Educação Artística – UFMA.


INTRODUÇÃO
O presente trabalho foi elaborado com o objetivo de propor reflexões sobre a arte, a história e as condições de sobrevivência, luta e permanência do negro no Brasil, e como seu estudo é abordado nas escolas públicas, privadas e comunitárias em São Luís - MA.
A pesquisadora buscou respaldo teórico no conceito de improvisação teatral da autora, Viola Spolin que trata a improvisação como:


Técnica do autor que interpreta algo imprevisto, não preparado antecipadamente e inventado no calor da ação, sem que seja necessário um enredo ou história, todas as pessoas são capazes de improvisar, as pessoas que desejarem são capazes de jogar e aprender a ter valor no palco, aprendemos através da experiência, e ninguém ensina nada a ninguém. (SPOLIN, 1992. P. 4).


O poema do autor Castro Alves “A canção do africano” escrito em 1863, porém altamente atual, aborda como tema o africano exilado de sua terra, oprimido em terras estranhas, há a contradição da África da liberdade e a África da escravidão, como forma do negro escravizado não perder sua identidade para ele próprio entoa cantigas de sua terra natal.
A autora Fabiana de Oliveira em seu livro “Trabalhando a diferença na educação infantil” em que discute questões das diferenças étnica- raciais e a invisibilidade do negro na educação básica. A autora destaca que: “A diferença é o motor da ação pedagógica e educativa, ou seja, as diferenças são o ponto de partida e de chegada no fazer educação. (OLIVEIRA, 2008, p. 10). Neste sentido surge a Lei 10.639, de 09 de janeiro de 2003, que altera a Lei 9. 394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira” e dá outras providências (acrescenta os artigos 26- A,  79, A, 79, B).







ROTEIRO DA APRESENTAÇÃO


TEXTO: (Poema) “A Canção do Africano” do autor Castro Alves
LOCAL: Sala de aula (disciplina Arte).
INTERPRETE: Zeneide Pereira Cordeiro
FIGURINO: Roupas de algodão cru envelhecido que lembre as roupas das negras escravizadas, pedaços de pano.
CENÁRIO: Sala de aula com elementos que represente uma senzala.
RECURSOS: Roupas de algodão cru envelhecidas, fogareiro, pedaços de tecido velho, bacia de alumínio ou plástico, uma boneca de pano ou outro material qualquer para representar uma criança negra.


DESCRIÇÃO DA APRESENTAÇÃO


O primeiro momento da apresentação será a recitação do poema, através da leitura dramática; “A canção do Africano” do autor Castro Alves, acompanhado de elementos simbólicos como o som de instrumentos musicais e fotos para representar cada estrofe com o objetivo de criar vida, movimento e êxtase na cena.
Em seguida, relacionar com a realidade da sociedade atual, sobre as questões étnicas, levantando questionamentos e debates como: O que é ser afro-descedente? O que é ser negro- brasileiro? Racismo, Preconceito e Exclusão as maiores vítimas são? O estudo e a valorização da cultura-afro, e a Lei 10.639, de 09 de janeiro de 2003, que altera a Lei: 9. 394, de 20 de dezembro de 1996 que estabelece o estudo da história e cultura Africana nas escolas públicas estaduais e municipais no Brasil.
A terceira parte será a finalização da apresentação e o principal objetivo é que a plateia compreenda o tema e as questões abordadas durante a apresentação.


“A CANÇÃO DO AFRICANO”

 Escrito em 1863, por Castro Alves, o poema A canção do africano narra à história de escravos que estão longe de sua terra e vem parar em terras diferentes do seu local de origem como o Brasil. O poema é composto de nove estrofes, sendo que a primeira e a segunda possuem seis versos, e no final, da sétima estrofe até a nona, contem o mesmo seis versos, separando apenas na metade que contem quatro versos (quartetos). O poema mostra a relação/diferença entre a África e a América no qual impera a pratica da escravidão.
Nas estrofes, o poeta, faz questão de dar voz ao escravo, sempre exaltando o local onde está e a saudade que sente de sua terra, sua cultura. Na primeira estrofe, fala da senzala e da saudade que sente do seu local de origem. A escrava cuida do seu filho, fala da sua cultura, de suas danças, da saudade de tudo que o fazia bem.


REFERÊNCIAS


http://www.jornaldepoesia.jor.br/calves08.html. ALVES, Castro: A canção do africano, (poema).
BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996), 2ª Ed. Rio de. Janeiro: Lamparina, 2010.
OLIVEIRA, Fabiana: Trabalhando a diferença na educação infantil, São Paulo: Moderna, 2006.

SPOLIN, Viola: Improvisação para o teatro, São Paulo:  Perspectiva 2005, 4ª Ed.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Monólogo dramático