sábado, 12 de março de 2016

BARROCO EUROPEU

O barroco originou-se na Itália e expandiu-se por toda a Europa, adquirindo características próprias em cada região. Pode ser compreendido como o estilo artístico da Contra-Reforma (Concilio de Trento 1545-1563). A igreja será a maior consumidora da arte barroca. O principal tema das obras é a exaltação da fé cristã. As características gerais são predomínio das emoções; excesso de ornamentação e efeitos decorativos; curvas, contra-curvas, colunas retorcidas, monumentalidade das dimensões, exagero e dramaticidade. A pintura barroca caracteriza-se pela composição assimétrica em diagonal, que se revela um estilo grandioso e monumental, substituindo o equilíbrio geométrico da arte renascentista, acentuado contraste de claro-escuro, luz-sombra e ilusão de profundidade.
A arte barroca italiana enfatizava a arte sacra, expressando drama, intensidade e movimento, representava o triunfo da igreja da Contra-Reforma, os principais artistas são Caravaggio, Carraci, (na pintura), Bernini, Borromini, (escultura e arquitetura).
A arte barroca flamenga representava obras sacras e mitológicas, a característica principal da pintura é a sensualidade, o principal artista é Rubens.
A arte barroca holandesa as obras eram retratos, naturezas mortas, cenas do cotidiano, as principais características da pintura são riquezas de detalhes e estudo da luz, representava o enaltecimento dos valores da nobreza, os principais artistas, Frans Hals, Rembrandt, Vermeer.
O barroco espanhol tinha como principal tema as obras sacras, obras palacianas e natureza-morta, a característica principal da pintura era a representação da dignidade, enfatizava os valores da nobreza, o principal artista foi Velazquez.








sexta-feira, 11 de março de 2016

Arte barroca

Barroco tem diversas características ao longo de sua história, o seu surgimento está intimamente ligado à Contra-Reforma. A arte barroca procura comover intensamente o espectador. Nesse sentido, a Igreja converte-se numa espécie de espaço cénico, num teatro sacrum onde são encenados os dramas.
O Barroco é o estilo da Reforma católica também denominada de Contra-Reforma. A arquitetura, escultura, pintura, todas as belas artes, serviam de expressão ao Barroco nos territórios onde ele floresceu: a Espanha, a Itália, Portugal, os países católicos do centro da Europa e a América Latina. O catolicismo barroco também impregnou a literatura, e uma das suas manifestações mais importantes e impressionantes foram os "autos sacramentais", peças teatrais de argumento teológico, reflexo do espírito espanhol do século XVII, e que eram muito apreciados pelo grande público, o que denota o elevado grau de instrução religiosa do povo. No Barroco há uma exaltação dos sentimentos, a religiosidade é expressa de forma dramática, intensa, procurando envolver emocionalmente as pessoas. Além da temática religiosa, os temas mitológicos e a pintura que exaltava o direito divino dos reis; teoria defendida pela Igreja e pelo Estado Nacional Absolutista, que, se consolidava, também era frequente. De certa maneira, assistimos a uma retomada do espírito religioso e místico da Idade Média, numa espécie de ressurgimento da visão teocêntrica do mundo. E não é por acaso que a arte barroca nasce em Roma, a capital do catolicismo. A escola literária barroca é marcada pela presença constante da dualidade. Antropocentrismo versus teocentrismo, céu versus inferno, entre outras constantes. Contudo, não há como colocar o Barroco simplesmente como uma retomada do fervor cristão. O Barroco caracteriza-se, portanto, num período de dualidades; num eterno jogo de poderes entre divino e humano, no qual não há mais certezas. A dúvida é que rege a arte deste período. E nas emoções o artista vê uma ponte entre os dois mundos, assim, tenta desvenda-las nas suas representações.

O Barroco e a Religião
O Concílio de Trento, o 19º concílio ecuménico, convocado pelo Papa Paulo III para assegurar a unidade de fé e a disciplina eclesiástica, realizou-se de 1545 a 1563, no contexto da reação da Igreja Católica à cisão vivida na Europa do século XVI, diante da Reforma Protestante. É conhecido como o Concílio da Contra-Reforma e foi o mais longo da história da Igreja. O Concílio emitiu numerosos decretos disciplinares, em oposição aos protestantes e estandardizou a missa, abolindo largamente as variações locais. Regulou também as obrigações dos bispos e confirmou a presença de Cristo na eucaristia. Definiu, de forma explícita, que a arte deve estar a serviço dos ritos da Igreja, através de imagens tidas como elementos mediadores entre a humanidade e Deus. Os protestantes iconoclastas criticam precisamente esse amplo uso de imagens sagradas. Para os teóricos da Contra-Reforma, no entanto, tais imagens constituem um meio privilegiado de doutrina cristã e da história sagrada.
 Pintura
Composição assimétrica, em diagonal que se revela num estilo grandioso, monumental, retorcido, substituindo a unidade geométrica e o equilíbrio da arte renascentista.
Acentuado contraste de claro-escuro, expressão dos sentimentos, era um recurso que visava a intensificar a sensação de profundidade.
Realista, abrangendo todas as camadas sociais.
Escolha de cenas no seu momento de maior intensidade dramática.
A luz não aparece por um meio natural, mas sim projetada para guiar o olhar do observador até o acontecimento principal da obra, como acontece na obra "Vocação de São Mateus", de Caravaggio.


As esculturas barrocas mostram faces humanas marcadas pelas emoções, principalmente o sofrimento. Os traços se contorcem, demonstrando um movimento exagerado. Predominam nas esculturas as curvas, os relevos e a utilização da cor dourada.
Na arquitetura as fachadas são ondulantes e decoradas com esculturas. Há grande uso de pilastras e o interior é repleto de madeira entalhada recoberta de dourado. Linhas diagonais e escadas dão movimento e altura às construções. O exagero de formas e a mistura de texturas transmitem a ideia de dramaticidade e representam a opulência da sociedade da época.









Introdução a história da arte gótica

A Idade Média foi um dos períodos mais longos da história, durou cerca de dez séculos. Iniciou-se no ano 476, com a ocupação de Roma pelos bárbaros, e teve fim em 1453, quando ocorreram dois fatos importantes: a tomada de Constantinopla pelos muçulmanos e o fim da Guerra dos Cem Anos, entre França e Inglaterra. A arte gótica é a mais espetacular da Idade Média. Do ponto de vista arquitetônico, representa a solução do problema das abóbadas, sem todas as naves, espaço na igreja, desde a entrada até o santuário, ou o que fica entre fileiras de colunas que sustentam a abóbada, e, o aumento da luminosidade no interior do templo com a introdução de janelas. A arte gótica foi apreciada de maneiras diferentes. Durante os séculos em que foi moderna, era conhecido pelo nome de obra francesa, termo que evoca sua principal origem. Os italianos dos séculos XV e XVI se entusiasmaram pela antiguidade, consideraram a Idade Média como uma época bárbara, cuja principal criação era um estilo caracterizado pelo arco ogiva, figura formada pelo cruzamento de dois arcos iguais que se cortam superiormente, formando um ângulo agudo. Como os godos povo antigo da Germânia, que do séc. II ao V invadiu os impérios Romano do Ocidente e do Oriente; dividiam-se em ostrogodos, godos do leste e visigodos; godos do oeste eram os bárbaros mais conhecidos, o estilo foi chamado gótico, isto é, bárbaro por excelência. A intenção era pejorativa.













Escultura e pintura gótica

Escultura
No gótico, a escultura vai assumindo uma autonomia própria, ela é viva e serena, livre da preocupação do monstruoso e do terrífico. As esculturas das catedrais góticas são demasiadamente numerosas para terem sido executadas por um só homem, daí o resultado diferente nas suas realizações. Como acontece na arte românica, a escultura gótica é, sobretudo sacra. É regida por um código muito rígido para qualquer figura. Por exemplo, Deus, os anjos e os apóstolos estão sempre descalços, enquanto as outras personagens estão calçadas. Teria sido não só incorreto, mas herético representá-los de outro modo. Uma haste com folhas representa uma árvore e significa que a cena desenrola-se na terra. Uma torre com uma porta indica uma cidade, mas se existe um anjo sobre a torre, trata-se de Jerusalém. Uma auréola indica santidade. Estas convenções iconográficas permitem identificar as personagens e as cenas. O lugar ocupado por cada personagem também tem um significado. Cristo encontra-se ao centro.





Vitrais

Na Igreja gótica, a verdadeira pintura é a dos vitrais. Eles possuem uma função arquitetônica, preenchendo os espaços vazios deixados pela estrutura de pedra. São responsáveis pela iluminação do edifício, filtrando a luz em milhares de manchas coloridas, e têm um significado espiritual, pois transformam o ambiente da igreja em um espaço místico, próprio à prece e ao recolhimento.





Pintura

A pintura gótica desenvolveu-se nos séculos e XIV e início do séc. XV, quando começou a ganhar novas características que anunciavam o Renascimento. A principal delas foi e realismo, os artistas procuravam pintar as figuras da forma mais fiel possível ao que viam. O pintor mais importante do final do século XIII e início do séc. XIV foi o florentino Ambrogiotto Bondone, conhecido como Giotto (1266-1337). A maior parte de suas obras é formada por afrescos que decoravam igrejas. Além dos grandes murais de Giotto, o estilo gótico produziu quadros de proporções menores e retábulos: conjunto de painéis que podem ser fechados uns sobre os outros e abertos durante as celebrações religiosas. O nome varia segundo o número de painéis : díptico (dois painéis); tríptico (três painéis); políptico (quatro ou mais). Jan Van Eyck (1390-1141), por exemplo, pintou obras célebres pela riqueza de detalhes e pelo realismo. Considera-se seu trabalho como de transição para a fase renascentista da pintura flamenga. Simone Martini.

Crucificação de Giotto.








La Virgen del Canciller Rolin (Museo del Louvre, París, 66 x 62 cm.) ca. 1435

Arquitetura Gótica

A primeira edificação em estilo gótico foi à abadia de Saint-Denis, foi erguida na França em 1140. A característica mais importante da arquitetura gótica é a abóbada de nervuras, muito diferente da abóbada de arestas românica porque deixa visíveis os arcos que formam sua estrutura. Esse novo tipo de abóbada foi possível graças ao arco ogival, diferente do arco pleno do estilo românico. Com ele as igrejas góticas podiam ser muito mais altas que as românicas. Além disso, as ogivas, que se alongam e apontam para o alto, acentuam a impressão de verticalidade da construção. Outro elemento muito usado nas catedrais góticas são os pilares. Dispostos em espaços bem regulares, eles dão suporte ao teto de pedra. Graças a eles as paredes não precisam ser muito grossas para sustentar o teto. As largas paredes com janelas estreitas das igrejas românicas dão lugar a paredes muito mais altas e com grandes janelas, preenchidas com belos vitrais. Esse conjunto: arcos ogivais, pilares, paredes altas e cheias de vitrais, transmite uma forte impressão de amplitude e leveza. Entre os séculos XII e XVI foi construída a Catedral de Notre-Dame de Chartres. Sua arquitetura tem muitos aspectos interessantes, dos quais se destaca o portal principal, conhecido como Portal Régio um dos mais belos conjuntos escultóricos do mundo. A escultura gótica enriquece esta arquitetura. Outra importante construção gótica, iniciada por volta de 1160 é a Catedral de Notre-Dame de Paris, uma das maiores igrejas góticas do mundo. Tem 150,20 metros de comprimento e suas principais abóbadas estão a 32,50 metros do chão. Nela introduziu-se um novo recurso: o arcobotante: peça em forma de arco que, encostadas às paredes laterais das construções góticas, aliviam o peso que sobre elas exercem as abóbadas da cobertura. Com isso, essas paredes puderam receber grandes aberturas, preenchidas com belíssimos vitrais. 


Catedral gótica de Friburgo 436.
Catedral Santa Eulalia.

Catedral de  Notre-Dame de Reims - França (Paris)



Catedral de Salisbury.











Arte Gótica• Arco quebrado ou arco ogival – novo elemento estruturante da arquitetura gótica; – substitui o arco de volta perfeita utilizado no Românico.



Arte Românica

Arte românica é o nome dado ao estilo artístico vigente na Europa entre os séculos XI e XIII. O estilo é visto principalmente nas igrejas católicas construídas após a expansão do cristianismo pela Europa e foi o primeiro depois da queda do Império Romano a apresentar características comuns em várias regiões. Haverá diferenças entre a arte executada nas diversas regiões europeias, de acordo com as influências regionais recebidas, mas haverá uma série de características comuns, que definem o estilo românico. As igrejas serão as maiores até então, nesta época existe uma evolução dos métodos construtivos e dos materiais. A pedra será empregada na construção e o telhado de madeira será trocado por abóbadas de berço e de aresta, mais condizentes com uma igreja que representa a fortaleza de Deus . Ao contrário da arte paleo-cristã, as igrejas serão ricamente decoradas externamente. A escultura em pedra em grande escala renasce pela primeira vez desde os romanos, atrelada à arquitetura, assim como a pintura.

A escultura e a pintura serão carregadas de esquematização e simbolismo, típico de um período em que o artista aprende a representar o que sente, e não somente o que vê. As características gerais da arquitetura românica:

I – substituição do teto de madeira por abóbadas.

II – grande espessura das paredes, poucas janelas.

III – consolidação das paredes por contrafortes ou gigantes para dar sustentação ao prédio.

IV – consolidação dos arcos por meio de arquivoltas.


 As igrejas de peregrinação foram muito características desse período. Elas ficavam no caminho para os locais sagrados, como Santiago de Compostela, Roma e Jerusalém, e serviam de apoio e pouso para os peregrinos, além de oferecer como atrativo as relíquias , objetos pertencentes a Jesus Cristo, a Maria e aos santos, como os cravos que pregaram as mãos e pés de Jesus, ou os espinhos da coroa, ou ainda fios de cabelo da Virgem. Essas igrejas seguiam a planta em forma de cruz latina, com várias naves, geralmente 03 ou 05, em que as naves laterais se prolongavam e passavam por detrás da ábside, formando o deambulatório. Do deambulatório saiam às capelas radiantes, ou absidíolas. Esse conjunto era característico das igrejas de peregrinação e ficou conhecido como cabeceira de peregrinação . Entre as igrejas desse tipo estão as de Saint-Sernin de Toulouse , Santiago de Compostela e Igreja de Saint-Martin de Tours . Saint-Sernin de Toulouse. Os mosteiros foram importantes para o estabelecimento da arquitetura românica, principalmente os das ordens de Cluny e Cister. Desse conjunto característico, a dependência a se destacar é o claustro, por vincular o mosteiro ao templo e por ser a dependência mais bem cuidada do ponto de vista artístico. Geralmente possuem quatro lados com tendência a formar quadrados perfeitos, e quatro corredores resultantes em pórticos abertos com arcadas sustentadas por colunas. A arquitetura em pedra vem reforçar a característica de monumentalidade e fortaleza, possível depois de toda a evolução dos meios construtivos. Os conjuntos arquitetônicos seguem, geralmente, a planta basilical, uma, três ou cinco naves. As colunas que sustentavam as abóbadas e um aspecto maciço e horizontal, mesmo que muitas das igrejas sejam bem altas. As paredes são cegas, pois não é possível, ou é muito difícil, abrir grandes janelas nas paredes, já que elas servem como estrutura e suportam todo o teto. Haverá grande decoração, externa e internamente, através de esculturas nos tímpanos nas portas de entrada e nos capitéis e colunas, e pintura parietal nas absides e abóbadas das naves. A escultura renasceu no românico, depois de muitos anos esquecida. Seu apogeu se dá no século XII, quando inicia um estilo realista, mas simbólico, que antecipa o estilo gótico. A escultura é sempre condicionada à arquitetura e todo trabalho é executado sem deixar espaços sem uso. As figuras entalhadas têm o tamanho do elemento onde foram esculpidas, e os trabalhos de superfície acomodam-se no lugar em que ocupam. Dessa característica parte também a ideia de esquematização. Outra importante característica é seu caráter simbólico e antinaturalista. Não havia a preocupação com a representação fiel dos seres e objetos. Volume, cor, efeito de luz e sombra, tudo era confuso e simbólico, representando muitas vezes coisas não terrenas, mas sim provenientes da imaginação. Mas não que isso seja uma constante em todo o período. Em algumas esculturas, nota-se a aparência clássica, influência da Antigüidade, como no Apóstolo, de Saint-Sernin de Toulouse. Capitel da abadia de Cluny. Abóbada de berço é uma abóbada construída como um contínuo arco de volta perfeita. Sua desvantagem é que havia o excesso de peso no teto de alvenaria o que causava grandes desabamentos, e a pequena luminosidade devido às janelas pequenas. A abertura de grandes vãos causava enfraquecimento da estrutura, facilitando ainda mais o desabamento. A abóbada de aresta consiste numa abóbada, construção que faz de cobertura côncava voltada para dentro, formada pela intersecção de duas abóbadas de berço com a mesma flecha. Com essa abóbada os construtores conseguiram leveza e uma maior iluminação. A pintura não se destacou tanto quanto a arquitetura nesse período. Os principais trabalhos são a pintura mural, as iluminuras e as tapeçarias. A pintura parietal, ou seja, executada nas paredes, era dependente da arquitetura, como pode-se deduzir, tendo aquela somente função didática. Em um período em que a grande maioria da população era analfabeta a pintura era uma forma de transmitir os ensinamentos do Cristianismo. A estilização e o alongamento de figuras são típicos da pintura romanesca. Os afrescos, de colorido sóbrio e escuro, também costumam aparecer com freqüência. Não é, entretanto, regra geral. As características essenciais da pintura românica foram colorimos e deformação. A deformação traduz os sentimentos religiosos e a interpretação mística que os artistas faziam da realidade. O colorismo realizou-se no emprego de cores chapadas, sem preocupação com meios-tons ou jogos de luz e sombra, pois não havia a menor intenção de imitar a natureza.  Também o desenvolvimento da ourivesaria foi importante nesse período. Essa arte teve um caráter religioso, tendo por isso se voltado para a fabricação de objetos com relicários, cruzes, estatuetas, Bíblias e para a decoração de altares. O desenvolvimento da ourivesaria está associado diretamente às relíquias, uma vez que as Igrejas eram objetos de maior peregrinação, atraindo não só fiéis, mas ofertas.


Arte Românica [Parte 2/2]

Monólogo dramático