Barroco tem diversas
características ao longo de sua história, o seu surgimento está intimamente
ligado à Contra-Reforma. A arte barroca procura comover intensamente o
espectador. Nesse sentido, a Igreja converte-se numa espécie de espaço cénico,
num teatro sacrum onde são encenados
os dramas.
O Barroco é o estilo da
Reforma católica também denominada de Contra-Reforma. A arquitetura, escultura,
pintura, todas as belas artes, serviam de expressão ao Barroco nos territórios
onde ele floresceu: a Espanha, a Itália, Portugal, os países católicos do
centro da Europa e a América Latina. O catolicismo barroco também impregnou a
literatura, e uma das suas manifestações mais importantes e impressionantes
foram os "autos sacramentais", peças teatrais de argumento teológico,
reflexo do espírito espanhol do século XVII, e que eram muito apreciados pelo
grande público, o que denota o elevado grau de instrução religiosa do povo. No Barroco
há uma exaltação dos sentimentos, a religiosidade é expressa de forma
dramática, intensa, procurando envolver emocionalmente as pessoas. Além da
temática religiosa, os temas mitológicos e a pintura que exaltava o direito
divino dos reis; teoria defendida pela Igreja e pelo Estado Nacional
Absolutista, que, se consolidava, também era frequente. De certa maneira,
assistimos a uma retomada do espírito religioso e místico da Idade Média, numa espécie
de ressurgimento da visão teocêntrica do mundo. E não é por acaso que a arte
barroca nasce em Roma, a capital do catolicismo. A escola literária barroca é
marcada pela presença constante da dualidade. Antropocentrismo versus teocentrismo,
céu versus inferno, entre outras constantes. Contudo, não há como colocar o
Barroco simplesmente como uma retomada do fervor cristão. O Barroco
caracteriza-se, portanto, num período de dualidades; num eterno jogo de poderes
entre divino e humano, no qual não há mais certezas. A dúvida é que rege a arte
deste período. E nas emoções o artista vê uma ponte entre os dois mundos,
assim, tenta desvenda-las nas suas representações.
O Barroco e a Religião
O Concílio de Trento, o 19º
concílio ecuménico, convocado pelo Papa Paulo III para assegurar a unidade de
fé e a disciplina eclesiástica, realizou-se de 1545 a 1563, no contexto da
reação da Igreja Católica à cisão vivida na Europa do século XVI, diante da
Reforma Protestante. É conhecido como o Concílio da Contra-Reforma e foi o mais
longo da história da Igreja. O Concílio emitiu numerosos decretos
disciplinares, em oposição aos protestantes e estandardizou a missa, abolindo
largamente as variações locais. Regulou também as obrigações dos bispos e
confirmou a presença de Cristo na eucaristia. Definiu, de forma explícita, que
a arte deve estar a serviço dos ritos da Igreja, através de imagens tidas como
elementos mediadores entre a humanidade e Deus. Os protestantes iconoclastas
criticam precisamente esse amplo uso de imagens sagradas. Para os teóricos da
Contra-Reforma, no entanto, tais imagens constituem um meio privilegiado de
doutrina cristã e da história sagrada.
Composição assimétrica, em
diagonal que se revela num estilo grandioso, monumental, retorcido, substituindo
a unidade geométrica e o equilíbrio da arte renascentista.
Acentuado contraste de
claro-escuro, expressão dos sentimentos, era um recurso que visava a intensificar
a sensação de profundidade.
Realista, abrangendo todas
as camadas sociais.
Escolha de cenas no seu
momento de maior intensidade dramática.
A luz não aparece por um
meio natural, mas sim projetada para guiar o olhar do observador até o acontecimento
principal da obra, como acontece na obra "Vocação de São Mateus", de
Caravaggio.
As esculturas barrocas
mostram faces humanas marcadas pelas emoções, principalmente o sofrimento. Os
traços se contorcem, demonstrando um movimento exagerado. Predominam nas esculturas
as curvas, os relevos e a utilização da cor dourada.
Na arquitetura as fachadas
são ondulantes e decoradas com esculturas. Há grande uso de pilastras e o interior
é repleto de madeira entalhada recoberta de dourado. Linhas diagonais e escadas
dão movimento e altura às construções. O exagero de formas e a mistura de
texturas transmitem a ideia de dramaticidade e representam a opulência da
sociedade da época.
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