A Ópera passou por diversas reformas com intuitos distintos em relação à
forma, à temática e à construção melódica. Essas reformas interferiram na
encenação e influenciaram o teatro.
A ópera surgiu na transição do século
XVI para o XVII, em um colegiado de nobres de Florença conhecido como Camerata Fiorentina, destinada ao
estudo da cultura clássica, a Camerata
era composta por músicos amadores, todos, membros da aristocracia
italiana. Esses nobres se dedicavam ao estudo da cultura clássica, em especial
do teatro grego, no qual se inspiraram para inaugurar um novo gênero: o drama
musical. Abandonando a estética musical vigente, os florentinos buscavam a
fidelidade à palavra recitada, capaz de captar o ouvinte através da expressão
objetiva do potencial melódico da fala do orador. Com isso, desenvolveram uma
nova maneira de escrever música para voz: o estilo Recitativo, um intermediário entre a recitação falada e a
canção. Com base nessa nova música, os florentinos compuseram duas obras
dramático-musicais, Dafne (Peri,
1597) e L’Euridice (Rinuccini e
Peri, 1600), ambas com enredo baseado em passagens da mitologia clássica, como
seria costume até o início do século XVIII. No entanto, foi só dez anos mais
tarde, que surgiu a obra que até hoje é considerada o marco inicial da escrita
da ópera: L’Orfeo, de Claudio
Monteverdi. Claudio Giovanni Antonio Monteverdi
(1567-1643) foi um dos mais importantes compositores do período renascentista e
do Barroco, devido à versatilidade das suas composições, que alternam o estilo
renascentista e as técnicas que surgiam no início do século XVII. Monteverdi
elevou a ópera a um gênero de suma importância na história da música, rompendo
com os maneirismos da Camerata
Fiorentina. Os nobres músicos florentinos
acreditavam que a palavra por si só era capaz de transmitir emoções aos
ouvintes. Portanto, compunham de modo a deixar o texto perfeitamente
compreensível, utilizando alguns efeitos; como variação de altura, timbre,
andamento, apenas para ressaltar a sua expressividade natural, que deveria
sempre estar submetido à prosódia da fala do orador, o cantor.
Monteverdi acreditava no poder do
texto combinado com a música, esta liberta das restrições prosódicas impostas
pela palavra. Para isso, conferiu dramaticidade à estrutura da ópera, cuja
música não se submeteria ao texto, mas o reforçaria, fazendo com que a emoção
humana pudesse ser percebida no todo artístico, e não apenas nas palavras
recitadas.
Em busca disso, tornou os trechos
cantados em recitativo mais
amplos e contínuos, através de uma cuidadosa organização tonal e um alto grau
de lirismo nos momentos-chave. Deu maior continuidade e coerência à ação, tornando-a
mais unificada, inter-relacionando drama e música. L'Orfeo
pode ser considerado a
primeira ópera que foi além da poesia lírica musicada, fruto da combinação da tradição
(estilo renascentista) com a música moderna (estilo barroco), enriquecida pelos
conhecimentos musicais e a imaginação criativa de Claudio Monteverdi. Por conta
da sua relevância, a obra é considerada o marco inaugural do período Barroco e
a peça que encerra o Renascimento musical.
REFERÊNCIA:
http://www.lpm.com.br/livros/Imagens/guia_da_opera.pdf.
Acesso: 03/02/2017. 14h.
http://www.artcultura.inhis.ufu.br/PDF17/M_Coelho_17.pdf.
03/02/2017. 16h.
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