quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

AS ESFERAS PÚBLICAS. ARENDT, Hanna.

As coisas e os homens constituem o ambiente de cada uma das atividades humanas, que não teriam sentido sem tal localização.
O mundo ao qual vivemos não existiria sem a atividade humana que o produziu, como o caso de coisas fabricadas. Nenhuma vida humana é possível sem um mundo que, direta ou indiretamente, testemunhe a presença de outros seres humanos. Todas as atividades são condicionadas pelo fato de que os homens vivem juntos, mas a ação é a única que não pode sequer ser imaginada fora da sociedade dos homens. Só a ação depende inteiramente da constante presença de outros. O surgimento da cidade-estado significava que homem recebera, além da sua vida privada, uma espécie de segunda vida, o seu bios político. Cada cidadão pertence a duas ordens de existência e há uma grande diferença em sua vida entre aquilo que lhe é próprio e o que é comum. O ser político, o viver numa polis, significava que tudo era decidido mediante palavras e persuasão e não através da violência.
A liberdade situa-se exclusivamente na esfera política, a necessidade é primordialmente um fenômeno pré-político, característica da organização do lar privado, a força e a violência são justificadas nesta última esfera por serem os únicos meios de vencer a necessidade.

A política jamais visa à manutenção da vida. Os homens agem em relação às suas atividades econômicas.

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