As coisas e
os homens constituem o ambiente de cada uma das atividades humanas, que não
teriam sentido sem tal localização.
O mundo ao
qual vivemos não existiria sem a atividade humana que o produziu, como o caso
de coisas fabricadas. Nenhuma vida humana é possível sem um mundo que, direta
ou indiretamente, testemunhe a presença de outros seres humanos. Todas as
atividades são condicionadas pelo fato de que os homens vivem juntos, mas a
ação é a única que não pode sequer ser imaginada fora da sociedade dos homens. Só
a ação depende inteiramente da constante presença de outros. O surgimento da
cidade-estado significava que homem recebera, além da sua vida privada, uma
espécie de segunda vida, o seu bios político. Cada cidadão pertence a duas
ordens de existência e há uma grande diferença em sua vida entre aquilo que lhe
é próprio e o que é comum. O ser político, o viver numa polis, significava que
tudo era decidido mediante palavras e persuasão e não através da violência.
A liberdade
situa-se exclusivamente na esfera política, a necessidade é primordialmente um
fenômeno pré-político, característica da organização do lar privado, a força e
a violência são justificadas nesta última esfera por serem os únicos meios de
vencer a necessidade.
A política
jamais visa à manutenção da vida. Os homens agem em relação às suas atividades
econômicas.
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