Texto extraído e adaptado do site: almanaque.folha.uol.com.br/semanacrono.htm.
13.de fevereiro de 1922, a Semana de Arte Moderna é
inaugurada no Teatro Municipal de São Paulo com palestra do escritor Graça
Aranha, ilustrada por comentários musicais e poemas de Guilherme de Almeida.
O primeiro dia corre sem tropeços. Depois da longa e erudita
fala de Aranha, um conjunto de câmara ocupa o palco para executar obras de
Villa-Lobos. Após o intervalo, Ronald de Carvalho discursa sobre pintura e
escultura modernas. A platéia começa a se manifestar. Diante dos zurros do
público, Ronald de Carvalho devolve: "Cada um fala com a voz que Deus lhe
deu." O gran finale surge na forma de um recital de música comandado pelo
maestro Ernani Braga
A noite que celebrizou a semana começa com um discurso de
Menotti del Picchia sobre romancistas contemporâneos, acompanhado por leitura
de poesias e números de dança. É aplaudido. Mas, quando é anunciado Oswald de
Andrade, começam as vaias e insultos na platéia, que só param quando sobe ao
palco a aclamada pianista Guiomar Novaes. Heitor Villa-Lobos se apresenta no
palco do Municipal apoiado em um guarda-chuva e calçando chinelos
A última noite da programação é totalmente dedicada à música
de Villa-Lobos. As vaias continuam até que a maioria pede silêncio para ouvir
Villa-Lobos. Os instrumentistas tentam executar as peças incluídas no programa
apesar do barulho feito pelos espectadores e levam o recital até o fim
Após os bulhentos espetáculos do Teatro Municipal, é lançada
a revista "Klaxon", que divulga as produções da nova escola. Calcados
no êxito conseguido com as agitadas noites de fevereiro, os jovens artistas
conseguem espaço e estímulo para, ainda em 1922, dar continuidade ao seu
trabalho. Mário de Andrade lança "Paulicéia Desvairada", o livro de
poesias no qual todos os procedimentos poéticos mais arrojados eram expostos e
reunidos pela primeira vez. Oswald de Andrade lança "Os Condenados".
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