segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO E A PRÁTICA DOCENTE



AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO E A PRÁTICA DOCENTE

Zeneide Cordeiro, arte-educadora



RESUMO





Este artigo tem como objetivo provocar uma reflexão crítica sobre a utilização das tecnologias da informação e comunicação – TIC e a prática docente, esta pesquisa esta direcionada para o uso das tecnologias na educação básica contemporânea nacional, como ferramenta facilitadora no processo de ensino e aprendizagem, a inserção das TIC na sala de aula devem ser usadas como instrumentos de comunicação entre professores e alunos. Os educadores necessitam estar capacitados para usarem a tecnologia como um meio que dispõe conteúdo pedagógico e como novos processos de ensino, que favorece possibilidade de renovar ideias, conceitos e acabar com preconceitos antigos estipulados no modelo tradicional da educação.



Palavras chaves: Tecnologia – Educação - Comunicação



INTRODUÇÃO



Na atualidade a educação deve acompanhar as mudanças que ocorrem na sociedade, principalmente os avanços tecnológicos.

A inserção de novas tecnologias como as TIC – tecnologias da comunicação e informação no ambiente escolar, que tem como objetivo tornar professores e alunos criativos e críticos, capazes de decodificar e multiplicar conhecimentos científicos no espaço em que estão inseridos, relacionando-se com outros indivíduos, intelectualmente, socialmente e culturalmente, não apenas transformou a prática docente cotidiana, mas o modo de produção intelectual e diluiu os limites entre compreensão e certezas, hoje são mediadas pela tecnologia à percepção, memória, mímesis, história, política, identidade, experiência e cognição. A tecnologia como instrumento indispensável no processo de ensino e aprendizagem é assimilada pelo indivíduo de modo a reforçar sua autoridade crítica, mas pode mascarar estratégias de dominação exercidas por outros indivíduos. É necessário que, os professores e alunos possuam envolvimento na produção do conhecimento, que ao utilizarem a tecnologia, não fiquem restritos a participação passivas diante da mesma, mas que saibam buscar novos conhecimentos.

Este artigo tem como objetivo provocar uma reflexão crítica sobre a utilização das tecnologias da informação e comunicação – TIC na sala de aula, partindo do pressuposto que as tecnologias devem ser usadas como ferramenta facilitadora no processo de ensino e aprendizagem, estes recursos tecnológicos as TIC são usados como instrumentos de comunicação entre professores e alunos, responsáveis por uma educação flexível, humana e crítica no ambiente escolar.

As grandes mudanças tecnológicas ocorridas nas últimas décadas influenciou drasticamente o modo das pessoas pensarem, agirem, de viver em sociedade e de morrer, exigem profissionais da área da educação capacitados e atualizados que dominem o uso de diversas ferramentas tecnológicas, que explorem competências e habilidade no processo de ensino e aprendizagem.











AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO E A PRÁTICA DOCENTE





Na atualidade as pessoas estão diante de uma economia global dinâmica, ligando culturas distintas e atividades importantes de todo o mundo e, ao mesmo tempo, desconectando redes de poder e riqueza de indivíduos.

No final do século XX houve uma revolução tecnológica com base na informação e comunicação que transformou completamente comportamentos sociais e individuais de todas as pessoas mundialmente. Uma cultura de virtualidade real, construída em torno de um universo audiovisual cada vez mais interativo, permeou a representação mental e a comunicação em todos os lugares, integrando a diversidade de culturas em um hipertexto eletrônico, mudando completamente modo de vida das pessoas, foi a inserção do mundo totalmente digital, algo que facilitou a transmissão de conhecimentos e aproximando pessoas mundialmente. As tecnologias da informação e comunicação – TIC, entendidas como a convergência das telecomunicações e da informática, resultante do desenvolvimento da microeletrônica; chips, digitalização, fibra ótica e satélites, provocaram profundas modificações em todos os setores da sociedade moderna brasileira, principalmente no sistema educacional. A década de 1970 foi uma época marcada por grandes avanços tecnológicos, mudanças sociais ocasionadas por recordações dolorosas das duas guerras mundiais, que fez o mundo ser dividido politicamente e economicamente, mudanças artísticas; marcadas pelos movimentos de vanguarda, popularidade em massa do cinema, HQs, e das novelas televisionadas, influenciando comportamentos sociais, estéticos e culturais mundialmente, houve novos conceitos e aplicação de métodos educacionais. A partir deste período iniciou-se a era digital e um conjunto de equipamentos lógicos, programas e de rede que dispõem interoperabilidade, comodidade e grande quantidade de informação transmitida ao mesmo tempo e de fácil acesso para a sociedade em tempo real e de baixo custo, desta forma o mundo está diante da chamada inovação tecnológica ocasionada principalmente com o surgimento da internet. De acordo com BRANDÃO (2002):





Através da internet é possível sair do individualismo e propor um ensino cooperativo, onde a navegação através de links, mantenha viva o espirito da pesquisa científica, com base em questões problematizadas onde professores e alunos passam a interpretar e fazer releituras do conhecimento estabelecendo e alargando horizontes mediante fórum virtual de discussões. (BRANDÃO, 2002, p. 6)





Na atualidade as tecnologias da informação e comunicação (TIC) fazem parte da dinâmica escolar com a intenção de oferecer um recurso para facilitar o aprendizado e o ensino. O uso desta ferramenta no ambiente escolar precisa ser visto pelos professores como um facilitador com o intuito de promover o aprendizado, sendo que, são os educadores quem determinam o conteúdo e é o aluno que determina a melhor forma para aprender. Estes recursos usados como ferramenta no processo de ensino/aprendizagem mostram uma grande inovação na educação brasileira, provocam o desenvolvimento das produções em colaboração, causando o gosto pela pesquisa nos alunos e professores, favorecendo a busca por condições adequadas para o processo de aprendizagem interativa e dinâmica. BARBOSA, (2005) quando fala da interdisciplinaridade e a inserção de novas ferramentas no ensino da arte no Brasil chama as tecnologias da informação e comunicação de tecnologias contemporâneas, segundo esta autora:





No Brasil, antes de pensarmos se as tecnologias contemporâneas ampliam o escopo da educação em instituições culturais, temos de convencê-las a trabalhar com base em conceitos culturais atualizados e democráticos de educação e a se reorganizarem para promover uma educação continuada. (BARBOSA, 2005, p. 104).





A autora afirma que nas últimas décadas a educação está dando às novas tecnologias um meio, um recurso auxiliar no processo de ensino e aprendizagem, torna-se necessário não só aprender a ensiná-las, inserindo-as na produção cultural dos alunos, mas também educar para a recepção, o entendimento e a construção de valores. Diante de tantos avanços e ferramentas tecnológicas no século XXI, os profissionais da educação, principalmente os docentes, devem abandonar antigos métodos e conceitos praticados em sala de aula e buscar condições favoráveis e atuais para facilitar o ensino e consequentemente a aprendizagem, ressaltando a criatividade e os conhecimentos prévios dos alunos. As TIC favorecem uma mudança no papel do professor em sala de aula, mudança de espaço, tempo, comunicação e transmissão de conhecimento para os alunos, favorece uma relação professor/aluno mais flexível e constante, embora, exigem criatividade e conhecimento tecnológico, neste sentido o papel do professor será de orientador/mediador em sua prática educativa. É preciso mostrar como integrar os meios tecnológicos na escola, mostrando como professores podem se favorecer com o uso de software, links, chats, etc. No processo educacional o trabalho do professor é contribuir para o aluno aprender a interpretar informações, relacioná-las e contextualizá-las de acordo com a sua vivência social e cultural. O uso das TIC na escola como recurso educativo, deve servir de inovação pedagógica, é necessário que os educadores tenham conhecimento sobre as possibilidades do recurso tecnológico, para utilizar como instrumento, é necessário que haja uma humanização das tecnologias no ambiente escolar, para que elas sejam mostradas como meios e não como fins. Na atualidade os docentes tornaram-se aprendiz  permanente, um construtor de sentidos, um cooperador, um organizador da aprendizagem, eles precisam construir sentidos, transformar o obrigatório em prazeroso, selecionar criticamente o que o aluno deve aprender. A natureza da prática docente está na indagação, respondida através da pesquisa, entretanto, para o professor (a) ser um bom profissional é obrigatório voltar a ser aluno, permanecer sempre como aprendiz. Para MORAN, (2007), a mudança na educação depende basicamente da boa formação de professores.





Bons professores são as peças-chave na mudança educacional. Os professores têm muito mais liberdade e opções do que parece. A educação não evolui com professores mal preparados. Muitos começam a lecionar sem uma formação adequada, principalmente do ponto de vista pedagógico. Conhecem o conteúdo mas não sabem como gerenciar uma classe, como motivar diferentes alunos, que dinâmicas utilizar para facilitar a aprendizagem, como avaliar o processo ensino-aprendizagem, além das tradicionais provas. (MORAN, 2007, p. 18).





Compreende-se nesta citação que diante de tantos avanços tecnológicos, novos conceitos e ideologias sociais e culturais no século XXI, os profissionais da educação devem por fim, a práticas de ensino tradicionais e fracassadas no ensino da atualidade e acompanhar as mudanças tecnológicas do presente. O mundo está na era da informação e o uso do computador e da internet é indispensável na educação, estes recursos não disponibilizam apenas dados e informação, mas são os principais instrumentos de comunicação e formação que os professores tem, são as principais tecnologias atuais com a qual se ensina e se aprende.

A sociedade atual é dinâmica e possui múltiplas oportunidades de aprendizagem, chamada de sociedade do conhecimento, de uma aprendizagem global. A participação da escola nesse cenário é fundamental para o sucesso na formação de alunos capazes de atuar de forma crítica e autônoma na sociedade. Os profissionais da educação precisam saber utilizar as TIC e deles tirar vantagens para assegurar a seus alunos o conhecimento que os levará a serem cidadãos com competências e habilidades para participarem dos processos da sociedade digital. Os professores que estiverem preparados tecnologicamente e com uma formação pedagógica apropriada para explorar tais recursos estarão contribuindo para a formação de sujeitos mais ativos e críticos. O uso das tecnologias da informação e comunicação na escola contribui para expandir o acesso a informações atualizadas, e promovem a criação de comunidades colaborativas de aprendizagem que valorizam a construção do conhecimento, a comunicação, a formação continuada e uma gestão escolar articulada entre as área administrativa e  pedagógica. Neste sentido, ALMEIDA, (2000) destaca que;





O professor com uma atitude crítica-reflexiva diante de sua prática trabalha em parceria com os alunos na construção cooperativa do conhecimento sobre a realidade que o aluno traz para construir um saber científico que continue a ter significado. Para tanto é preciso desafiar os alunos em nível de pensamento superior ao trabalho no treinamento de habilidades e incitá-los a aprender. (ALMEIDA, 2000, p. 8).





Ao explorar as potencialidades oferecidas pelos aparelhos e ferramentas tecnológicas e o uso da internet, o ambiente escolar cria novas relações com o saber, vivenciando a comunicação compartilhada e a troca de informações com outros espaços do conhecimento. A escola atual está vivenciando uma transformação, em situações nas quais diretores e comunidade escolar se envolvem diretamente no trabalho realizado em seu interior, além da participação social na escola, existem algumas instituições de ensino que dispões de recursos tecnológicos, oferecendo a entrada para espaços articulados e participativos nas redes colaborativas de aprendizagem, a escola apresenta-se como um espaço em contínua construção. Neste sentido BARBOSA, (2005) diz que:





Para ampliar os limites da tecnologia e de seu uso, é preciso pensar as relações entre tecnologia e de seu uso, é preciso pensar as relações entre tecnologia e processo de conhecimento; tecnologia e processo criador. [...]. A cultura contemporânea, ao inter-relacionar a necessidade e expressão, criou o ambiente propício para a integração da inteligência, da emoção e da tecnologia transformando a cognição em uma forma de consumo. (BARBOSA, 2005, p. 111).





Com base na citação desta autora entende-se que as tecnologias da informação e comunicação: tecnologias contemporâneas são meios indispensáveis na educação atual, por serem produtoras de conhecimento de maneira flexível e multiplicadora que provocam um humanismo em constante construção, para responder às imponderáveis e permanentes mudanças sociais. Existem inúmeros recursos disponíveis na web, uma diversidade de espaços que proporcionam uma interação por meio da troca de informações e experiências, de discussões sobre temas de interesse comum, do desenvolvimento de atividades colaborativas envolvendo educadores, pesquisadores, especialistas, alunos e instituições, que se dedicam à produção de novos conhecimentos. São as pessoas que utilizam os espaços disponíveis na web que concretizam a interação potencializada pela tecnologia, tecem redes de significado e rompem com as paredes da sala de aula, integrando o ambiente da sala de aula, integrando o ambiente escolar à comunidade que o cerca à sociedade da informação e a outros espaços produtores de conhecimento.

A inclusão de recursos tecnológicos em sala de aula, quando bem planejada ajuda a aumentar a comunicação entre alunos e professores, e com isso, qualifica melhor o ensino, vale ressaltar, que é fundamental a capacitação de professores para trabalhar com as novas tecnologias, pois possibilita um repensar de suas práticas pedagógicas fortalecendo a ação didático-pedagógica.





































CONCLUSÃO





Mediante o exposto no corpo deste trabalho conclui-se que; na atualidade os educadores (as) precisam se libertar de modelos antigos da educação e reconhecer a necessidade de criar novos métodos, e o uso e o ato de trazer os recursos tecnológicos para dentro da sala de aula.

Os professores nesta década estão diante várias possibilidades que o ambiente virtual de aprendizagem pode oferecer, é importante que estes profissionais busquem um educar com qualidade, instigando para o respeito à diversidade cultural e de toda espécie, é necessário aprender a viver em sintonia com as novas necessidades de uma sociedade que está constantemente se modificando. Aparelhos tecnológicos como os computadores portáteis ou não e os celulares, o uso correto dessas tecnologias em sala de aula impulsiona a inteligência, criando ambientes favoráveis à aprendizagem.

O principal objetivo deste artigo foi contribuir criticamente sobre o uso das novas tecnologias pelos professores, não apenas como recursos técnicos ou como um meio que dispõe conteúdo pedagógico, mas como novos processos de aprendizagem, que favorece possibilidade de renovar ou romper com as concepções do modelo tradicional da educação.



 REFERÊNCIAS





ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de. Educação, ambientes virtuais e interatividade. In: SILVA, Marco (org.). Educação Online. São Paulo: Loyola, 2003.



BARBOSA, Ana Mae, (org.) Vários autores. Arte/ Educação Contemporânea: consonâncias internacionais. São Paulo. Cortez, 2005.



BRANDÃO, Edemilson. Informática e educação: uma difícil aliança. Passo Fundo: UPF, 1995.



MERCADO, Luís Paulo Leopoldo. Formação Continuada de Professores e Novas Tecnologias. Maceió: Edufal, 1999.



MORAN, José Manuel. A Educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá. Campinas, SP: Papirus Editora, 2007.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Monólogo dramático